INKARÎKOK AMËK TUMË MËRË APAI IKSINYAKAMATOK
(AS ROÇAS INGARIKÓ E SUAS TRANSFORMAÇÕES)
Ingarikó, roça, práticas culturais, mudanças climáticas
O Povo Ingarikó ainda vive preservando e valorizando seu modo de viver, suas práticas culturais, suas técnicas de preparação de roças, suas técnicas de cultivar as sementes nativas. Além disso preservam o meio ambiente e extraem os recursos naturais de forma equilibrada. E cada comunidade faz sua vida por todo território, por diferentes locais, que levam a modos de preparação de roças semelhantes, mas com algumas especificidades. Isso acontece porque existem os Ingarikó que vivem no campo (Lavrado) e outros que vivem na mata (Floresta Amazônica). Por esse motivo o local e os tipos de roças vão se diversificando ao longo do espaço, do território, essa é a transformação das roças ao longo do espaço. É possível encontrar em cada comunidade roças do lavrado, da mata virgem, da capoeira. Ao longo do tempo, temos enfrentado problemas com produção alimentar, com o resultado da roça. Essa transformação no tempo tem nos levado a perceber que as roças não estão suprimindo mais nossa alimentação. Nossas roças assim como o povo Ingarikó têm sofrido, estamos enfrentando problemas nas produções. Tanto nos períodos de chuvas quando no verão (seca) por exemplo, os alagamentos de roças são uma constante, vivemos o apodrecimento das sementes e as pragas atacando sementes. Por essa circunstância, esta pesquisa busca compreender e descrever sobre as roças Ingarikó e sua transformação analisando os problemas enfrentados pelos ingarikó principalmente na área de produção e também observando as mudanças climáticas que sempre está afetando e diminuindo os números de roças, a produção em cada família. Para esta pesquisa fizemos entrevistas com os anciãos e anciãs e também com as pessoas que estão atualmente manejando as roças para compreender suas interpretações sobre o que está acontecendo.