REPENSAR A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO A PARTIR DE UMA VISÃO GEOGRÁFICA
mobilidade urbana; migração pendular; pertencimento escolar
Esta pesquisa investiga as relações entre mobilidade urbana, migração pendular e pertencimento escolar no contexto de uma escola pública do Distrito Federal. Busca-se analisar como as dificuldades de deslocamento diário e as dinâmicas da mobilidade urbana impactam rendimento, assiduidade e envolvimento dos alunos no processo de ensino-aprendizagem. Inserido em um cenário urbano caracterizado por desigualdades socioespaciais, aspecto típico das metrópoles brasileiras, o estudo assume relevância ao evidenciar como a fragmentação territorial afeta o cotidiano escolar e compromete o direito à educação plena. A partir de uma abordagem crítica do espaço geográfico, o trabalho articula os conceitos de mobilidade urbana, experiência do lugar e identificação com o espaço escolar, com base em autores como Santos (1996), Tuan (1983), Lefebvre (2001) e Freire (1987). A escola pesquisada, embora localizada em área central, atende majoritariamente estudantes provenientes de diversas Regiões Administrativas do Distrito Federal e de Goiás, que enfrentam trajetos longos e cansativos. A pesquisa adota metodologia qualitativa, baseada na Aprendizagem Baseada em Problemas (Sasseron; Carvalho, 2008) e estruturada em três etapas: questionário diagnóstico, expedição investigativa fotográfica e produção coletiva de um e-book narrativo. O produto final, um e-book autoral com fotografias e relatos dos alunos, configura-se como ferramenta pedagógica para a reflexão sobre justiça socioespacial, cidadania urbana e direito à educação. A pesquisa aponta para a necessidade de práticas educativas sensíveis ao território e à vivência dos estudantes e políticas públicas que reconheçam a mobilidade como fator constitutivo do processo educativo.