INSTRUMENTOS DE ACESSIBILIDADE NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: UMA ANÁLISE SOBRE A COMUNICAÇÃO PÚBLICA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
Comunicação Pública, Acessibilidade, Pessoas com Deficiência, Superior Tribunal de Justiça, Diálogo Institucional.
Este trabalho investiga os mecanismos de comunicação pública do Superior Tribunal de Justiça (STJ) direcionados a pessoas com deficiência (PcD) acerca dos instrumentos de acessibilidade implementados neste órgão judicial, estruturando-se em duas partes interligadas: uma análise acadêmica e um produto técnico-tecnológico. O estudo responde à problemática: "Como o STJ comunica a existência de instrumentos de acessibilidade para que o público-alvo tenha conhecimento e acesso a essas iniciativas?", fundamentando-se em uma pesquisa qualitativa com abordagem de estudo de caso, análise documental e entrevistas semiestruturadas com servidores de cinco unidades administrativas do Tribunal. A pesquisa identificou que, embora o STJ tenha implementado avanços significativos em acessibilidade, persistem quatro lacunas críticas atinentes à comunicação pública: 1) ausência de ferramentas para registro e monitoramento de uso, impossibilitando mensurar a utilização efetiva dos recursos; 2) desconexão entre participação inicial e engajamento contínuo, evidenciada pela participação de PcD na fase de implementação de ações públicas de acessibilidade no STJ sem posterior utilização dos instrumentos; 3) comunicação predominantemente unidirecional e não segmentada, limitada à divulgação via canais institucionais, resultando em informações técnicas não adaptadas às necessidades específicas; e 4) ausência de canais estruturados para feedback, criando uma desconexão institucional que contraria princípios fundamentais de democracia participativa. Como solução estratégica, propõe-se o 1º Fórum Interativo de Acessibilidade e Comunicação do STJ, evento anual para estabelecer diálogo efetivo entre o Tribunal e as PcD, visando substituir abordagens unidirecionais por processos dialógicos que garantam participação e engajamento. O estudo enfrentou limitações como a ausência de métricas de uso, escopo geográfico restrito e temporalidade (até 2024), mas oferece contribuições teóricas ao demonstrar a necessidade de alinhar a comunicação pública a modelos bidirecionais e inclusivos, superando o paradigma da mera divulgação. A contribuição prática materializa-se em um modelo replicável para instituições públicas, integrando teoria e ação para transformar políticas em inclusão efetiva.