ARTE DE FIBRA: Tecendo experiências artístico-pedagógicas com fios
Arte têxtil; educação; gênero; experimentação.
A proposta artístico-pedagógica aqui apresentada exalta a importância de métodos alternativos e da experiência autobiográfica nos estudos dos saberes e fazeres manuais têxteis. A metodologia, nomeada como cartografia amadora, foi desenvolvida para reconhecer e afirmar o meu lugar enquanto sujeito integrante desta tradição e com a intenção de conectar os eixos do ensino, pesquisa e extensão em artes. Para tal finalidade, este estudo parte do marco teórico das obras de: Luciana Loponte (2021), no que tange as questões entre gênero, classe e educação; Ana Paula Simioni (2007), para tramar as relações históricas entre arte e gênero no Brasil; e Julia Bryan-Wilson (2017), como referência na investigação das histórias do artesanato e das práticas colaborativas americanas. As atividades desenvolvidas foram ancoradas na manipulação de linhas como dispositivo de provocação inventiva e sensibilização estética. Entre os anos de 2021 e 2022, esse processo pessoal e coletivo que ocorreu em três locais distintos foi acompanhado, sistematizado e descrito. Os desdobramentos guiados pelas referências teóricas e práticas compartilhadas através dos grupos de pesquisa “O sensível e as artes manuais têxteis”, do Instituto URDUME foram aplicados no Grupo de Pesquisa e Extensão Teatro Ludos e readaptados para a realidade docente vivenciada na Escola Parque 210/211 Sul, em Brasília. O resultado desse processo gerou a ambientação cênica do espetáculo Bordados, uma produção que tem em sua materialidade a síntese testemunhal dos procedimentos pensados e desenvolvidos ao longo desse período.