Banca de DEFESA: HENRIQUE DE SOUZA FERREIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : HENRIQUE DE SOUZA FERREIRA
DATA : 08/08/2025
HORA: 15:00
LOCAL: a definir
TÍTULO:

 O RETORNO ECONÔMICO DA PARTICIPAÇÃO DO BRASIL EM OPERAÇÕES DE PAZ DA ONU: UM ESTUDO SOB A ÓTICA DO SMART POWER.


PALAVRAS-CHAVES:

Economia; Smart Power; Operações de Paz da ONU; Comércio Exterior; Relações Internacionais.


PÁGINAS: 112
RESUMO:

A presente dissertação tem como objetivo central investigar os impactos econômicos da participação brasileira em operações de paz da Organização das Nações Unidas (ONU), a partir da perspectiva estratégica do smart power, conceito que envolve a combinação inteligente de instrumentos tradicionais de coerção e dissuasão militar (hard power) com mecanismos de influência, legitimidade e cooperação internacional (soft power), com vistas à ampliação da capacidade de inserção e projeção do país no cenário global. A hipótese que norteia a pesquisa é a de que, ao integrar missões de paz sob o comando da ONU, o Brasil não apenas reafirma seu compromisso com a manutenção da paz e da segurança internacional, mas também busca gerar externalidades econômicas positivas, ampliar sua visibilidade diplomática, consolidar sua Base Industrial de Defesa (BID), diversificar seus mercados de exportação e fortalecer sua reputação internacional como potência média cooperativa e pacífica. Para testar essa hipótese, o estudo se vale de metodologia qualitativa, com análise documental, revisão bibliográfica e levantamento de dados quantitativos disponíveis em fontes oficiais e acadêmicas, sendo estruturado a partir de três estudos de caso representativos: a Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti (MINUSTAH), a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) e a Missão Integrada das Nações Unidas no Timor Leste (UNMIT). A seleção dos casos levou em conta critérios como relevância geopolítica, escala de participação brasileira, complexidade operacional e possibilidade de aferição de retornos econômicos. Os resultados encontrados indicam que, embora o retorno financeiro direto das operações – por meio de reembolsos pagos pela ONU – seja limitado frente ao esforço orçamentário despendido, há evidências concretas de ganhos indiretos expressivos, como o fortalecimento da imagem internacional do país, o aumento das exportações para as regiões impactadas pelas missões, a expansão de canais de cooperação bilateral e multilateral, a qualificação operacional das Forças Armadas e o estímulo à BID nacional. Ademais, constata-se que tais operações têm sido instrumentalizadas como plataforma de visibilidade para a diplomacia brasileira em fóruns multilaterais, permitindo o reposicionamento do país em termos de capital político e normativo, especialmente no que se refere à defesa de uma ordem internacional mais inclusiva e democrática. Contudo, a análise também revela limitações estruturais e institucionais relevantes, como a inexistência de uma política pública coordenada entre os ministérios envolvidos, a descontinuidade de estratégias de longo prazo, a subutilização dos ganhos de reputação e a fragilidade do vínculo entre as missões e uma agenda econômica de Estado. Ao final, conclui-se que a participação brasileira em operações de paz, quando concebida e executada sob o paradigma do smart power, pode gerar benefícios econômicos, diplomáticos e estratégicos ao país, desde que integrada a um projeto nacional de desenvolvimento que reconheça o valor geopolítico e econômico da atuação internacional como ferramenta de fortalecimento da segurança, da influência global e da competitividade econômica do Brasil.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - ***.249.855-** - JOSÉ ROBERTO PINHO DE ANDRADE LIMA - UFBA
Interno - 403969 - JORGE MADEIRA NOGUEIRA
Externo à Instituição - CARLOS EDUARDO GOMES - ESD
Externo à Instituição - PETERSON FERREIRA DA SILVA - ESD
Notícia cadastrada em: 04/08/2025 07:59
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