Custos Econômicos de Desastres Naturais no Brasil: Análise dos Impactos sobre a Atividade Econômica e a Desigualdade Regional
Desastres naturais; custos econômicos; desigualdade regional; valoração econômica
Resumo
A intensificação das mudanças ambientais globais e suas manifestações locais têm colocado os desastres naturais no centro do debate acadêmico e político, especialmente no Brasil, onde a diversidade climática e geográfica torna o território particularmente vulnerável a eventos extremos. Inundações, secas prolongadas, deslizamentos e tempestades têm se tornado mais frequentes e severos, ocasionando não apenas perdas humanas, mas também expressivos custos econômicos diretos e indiretos. Diante desse cenário, a análise dos impactos econômicos dos desastres torna-se fundamental para a formulação de políticas públicas capazes de mitigar danos imediatos e promover estratégias de adaptação de longo prazo. Este trabalho tem como objetivo mensurar e avaliar os custos econômicos de desastres naturais no Brasil, considerando tanto os efeitos diretos — como a destruição de infraestrutura pública e privada — quanto os indiretos, representados pela redução da atividade econômica, queda do Produto Interno Bruto (PIB) regional e custos de oportunidade associados à realocação de recursos. A pesquisa parte de uma revisão bibliográfica que contempla estudos de referência internacional, bem como evidências nacionais produzidas pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e por universidades brasileiras. Quanto à metodologia, o trabalho adota uma abordagem mista, articulando técnicas quantitativas e qualitativas. Serão utilizadas bases de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e da base internacional EM-DAT. A análise quantitativa tem o objetivo de estimar o impacto dos desastres sobre indicadores econômicos regionais. Complementarmente, serão testadas metodologias de valoração de custos indiretos, como a análise de insumo-produto, além de técnicas de Análise Envoltória de Dados (DEA) para mensurar a eficiência de municípios e estados em termos de resiliência econômica e capacidade de adaptação. Os resultados incluem a identificação da magnitude dos custos econômicos de desastres no Brasil e a compreensão de sua distribuição regional, com especial atenção às disparidades socioeconômicas que agravam a vulnerabilidade. Ao mesmo tempo, busca-se oferecer evidências empíricas que possam subsidiar a formulação de políticas públicas em defesa civil, planejamento urbano e finanças públicas, com vistas à construção de um país mais resiliente frente aos desafios impostos pelas mudanças ambientais.