POSSIBILIDADES PARA UMA FORMAÇÃO MÉDICA ANTIRRACISTA: Potências Curriculantes
Formação médica, Educação antirracista, Curriculante
Esta dissertação investiga a inserção e a profundidade das discussões sobre relações étnico-raciais na formação médica, por meio da percepção dos discentes da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília enquanto atores curriculantes. Objetivou-se compreender as expectativas, experiências e propostas dos estudantes acerca do tema do racismo na formação médica. Para tanto, foi realizada uma oficina qualitativa estruturada em três etapas: problema, vivência e proposta, com a participação de oito acadêmicos do ciclo clínico. Os achados indicam que, apesar do conhecimento prévio e das elevadas expectativas dos estudantes, a abordagem do racismo na graduação é superficial, fragmentada e carente de práticas efetivas. Verificou-se unanimidade quanto à necessidade de transversalizar as discussões antirracistas no currículo, capacitar docentes e empregar metodologias participativas. Os resultados ressaltam a urgência de incorporar conteúdos críticos acerca do racismo e da equidade em saúde na formação médica, visando à sensibilização e ao engajamento dos futuros profissionais no enfrentamento das desigualdades no sistema de saúde brasileiro.