Banca de DEFESA: Vanessa Martins Farias Alves Bomfim

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Vanessa Martins Farias Alves Bomfim
DATA : 30/06/2023
HORA: 15:00
LOCAL: Virtual
TÍTULO:

PEDAGOGIA DA RESISTÊNCIA: PELO DIREITO DE SER MAIS. NARRATIVAS (AUTO)BIOGRAFICAS SOBRE A EJA NAS PRISÕES


PALAVRAS-CHAVES:

Racismo Estrutural. EJA nas prisões. Pedagogia da resistência. Pesquisa (auto)biográfica. Educação Emancipadora


PÁGINAS: 229
RESUMO:

O sistema penitenciário brasileiro tem suas raízes na cultura que cultiva valores coloniais e racistas, por esse motivo, uma parcela da população foi impedida de participar dos processos decisórios de forma igualitária. Essa mesma parcela da população é subalternizada, invisibilizada e subjugada por fatores raciais, culturais e econômicos e são elas que recebem recortes intencionais da aplicação da lei desde a origem do sistema penal brasileiro. Neste estudo foi possível identificar os mecanismos de negação de direitos usados para perpetuar o racismo, a discriminação e o encarceramento em massa da população negra. Além disso, foi possível perceber como vem sendo negado a essas pessoas o direito de ser, saber e poder. Desta forma, o acesso a educação nunca foi um direito de fácil e permanente acesso. O acesso sempre foi restrito ou negado antes mesmo de cometerem crimes ou serem privados de sua liberdade. Sendo assim, este estudo apresenta as narrativas (auto)biográficas de professoras/coordenadoras que atuaram ou atuam no Sistema penitenciário do Distrito Federal (DF). Trata-se de relatos da trajetória de vida de mulheres fortes e decididas que conscientes de seu papel social nas prisões narram sobre a experiência de fazer EJA nas prisões. Todas representam a luta e a força motriz que mobilizou o grupo de professores, por mais de uma década, a mudanças significativas em momentos distintos na história da educação no ambiente prisional do DF. Ressalta-se que esse estudo está ancorada nas perspectivas decoloniais, no método biográfico e usou como instrumento as entrevistas narrativas. Toda a escrita foi construída a partir da bricolagem. O estudo buscou descolonizar o lugar de fala, que em nossa sociedade sempre foi destinado a homens brancos, por isso a necessidade de privilegiar as vozes de mulheres pardas e negras ao contar a história da EJA nas prisões, ressaltando os desafios e as perspectivas para garantir o direito a educação as pessoas privadas de liberdade. Trata-se de um estudo de abordagem qualitativa que valoriza a subjetividade e a singularidade dos sujeitos, por entender que não há neutralidade ao se fazer a escolha da abordagem ou da metodologia, assim, em uma postura descolonizadora buscou-se trazer as vozes tantas vezes silenciadas ao longo da história em nosso país. O estudo tem como eixo central o diálogo (auto)biográfico da pesquisadora, que atuou por dezoito anos no sistema prisional como docente e coordenadora, e os princípios teóricos trazidos na pedagogia do oprimido por Paulo Freire. Além disso, tem a contribuição de outros pesquisadores, estudiosos do tema e as falas das próprias professoras/coordenadoras que foram aparecendo para enriquecer as discursões propostas a luz da (auto)biografia, vivências e experiências de quem esteve nos ambientes prisionais educando e sendo educado. Foi um exercício de ressignificação do eu e do nós que nos permitiu perceber que as experiências podem ser múltiplas e formadoras tanto individualmente como coletivamente, visto que as histórias de vida podem ser sempre reinterpretadas. Diante disso, o estudo possibilitou a percepção da luta dos profissionais da educação por fazer a educação acontecer nos ambientes prisionais do DF, mas também foi possível perceber as forças que freiam a ação da educação nesses ambientes. Em alguns momentos há avanços significativos, mas sempre há processos de retrocesso como se houvesse necessidade de voltar ao estado inicial. Como produto técnico a autora escreve uma ação educativa que privilegia o lugar de fala do estudante privado de liberdade sobre o direito de dizer-se. É, também, um texto norteador que traz como argumento central a necessidade que o estudante privado de liberdade participe dos processos decisórios da sua escola, visto que são eles precisam dizer como esta escola deve funcionar, pois é no processo dialógico e dialético que se constrói um cidadão consciente e participativo e, portanto, se faz a “ressocialização”.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - JOSÉ GONZÁLEZ MONTEAGUDO - US
Externa à Instituição - DAIANE DE OLIVEIRA TAVARES - UERJ
Externa à Instituição - MARINAIDE LIMA DE QUEIROZ FREITAS - UFAL
Presidente - 2414166 - RODRIGO MATOS DE SOUZA
Notícia cadastrada em: 23/05/2023 09:50
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