QUESTÕES DE GÊNERO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: POSSIBILIDADES E DESAFIOS NA COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
gênero; educação infantil; coordenação pedagógica; prática docente
Em um contexto brasileiro de educação, onde as desigualdades históricas entre mulheres e homens, negros e brancos continuam a permear as práticas pedagógicas, torna-se necessário refletir a escola como um lugar de transformação. Nesse sentido, esta pesquisa entende a importância da discussão de gênero, pautada em uma perspectiva decolonial e interseccional, desde a Educação Infantil, de modo a pensar a intencionalidade da prática docente orientada à desconstrução de estereótipos, e que impulsione as diversas formas de expressão das crianças. Diante disso, traçou-se como objetivo geral da pesquisa compreender como as questões de gênero são concebidas e abordadas na coordenação pedagógica de um jardim de infância do Distrito Federal. A partir da discussão apresentada por Louro (2003), Scott (1995), hooks (2018), Lugones (2008, 2019), tomou-se a perspectiva do gênero em interface às contribuições dos Estudos Sociais da Infância. Este estudo, de caráter qualitativo, sustentou-se na metodologia da investigação praxeológica (Formosinho, 2016) e utilizou os seguintes instrumentos de pesquisa: análise documental, observação participante e entrevista semiestruturada. Além desses instrumentos, foram organizadas e efetivadas duas oficinas com os/as professores/as do Jardim de Infância pesquisado, visando atender às premissas da metodologia escolhida. Como parte desta pesquisa, foi desenvolvida uma contribuição técnica, materializada em um e-book, como exigência do produto final no Programa de Pós-Graduação em Educação – Modalidade Profissional da Universidade de Brasília. A proposta do e-book foi oferecer um material acessível, acolhedor, além de apoiar a discussão sobre essa temática dentro das instituições de Educação Infantil. Os principais resultados da pesquisa indicam que a coordenação pedagógica, quando situada em um contexto de escuta e troca entre seus pares, além da inclusão de formações específicas sobre as questões de gênero, pode ser propulsora de mudanças concretas na prática dos/as professores/as da Educação Infantil.