PERCURSOS DIÁRIOS: RETRATOS DA ACESSIBILIDADE NA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, OS SEUS RUMOS E CONTORNOS PARA A INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA.
acessibilidade; capacitismo; deficiência; educação superior; modelo social
No contexto acadêmico, os estudos sobre deficiência ganharam contornos específicos os quais se alternam entre discussões que se centram nos saberes biomédicos e aquelas que almejam ampliar este olhar, deslocando a deficiência do corpo lesionado e atrelando-a às barreiras socioculturais e à experiência da abjeção. Nesses novos trânsitos, esta pesquisa, fundamentada no campo teórico do modelo social, traz um registro da acessibilidade no ensino superior à luz do capacitismo. A escolha pelo tema justifica-se pela insurgência de se aproximar da deficiência enquanto expressão da questão social, fenômeno ainda periférico nos debates trazidos pelas Ciências Humanas e Sociais. Optouse por um estudo exploratório de abordagem qualitativa com a combinação de texto etnográfico e visual para retratar e compreender o objeto de análise que se centra na acessibilidade arquitetônica e urbanística na Universidade de Brasília (UnB). Por meio da construção de uma abordagem empírica condicente com compromissos históricos, éticos e políticos urgentes de reflexões face à opressão e à exclusão a que estão sujeitas as pessoas com deficiência, busca-se responder se a UnB é um retrato da invisibilidade das múltiplas formas de ser e estar deficiente no chão da universidade. Os resultados obtidos evidenciam que embora esta tenha uma Política de Acessibilidade, no intuito de zelar pela aplicação da legislação, o que se propõe ainda está preso no campo teórico das resoluções, bem como no das ações pontuais e meramente adaptativas, o que demonstra a necessidade de a UnB refletir sobre a sua própria história e as práticas inclusivas que realiza.