MOBILIDADE URBANA COMO DETERMINAÇÃO SOCIAL DA SAÚDE: A INTERSETORIALIDADE NO ENFRENTAMENTO DE INIQUIDADES
“Mobilidade Urbana. Saúde Coletiva. Promoção da Saúde. Colaboração Intersetorial. Intersetorialidade. Iniquidade”
“As diferentes condições e possibilidades de mobilidade urbana para as populações podem resultar em iniquidades em saúde, especialmente em grandes cidades. Fatores de risco, como poluição do ar, acidentes de trânsito, inatividade física, ruído do tráfego, falta de infraestrutura urbana adequada e dificuldades de acesso aos serviços de saúde devido a barreiras relacionadas ao sistema de mobilidade urbana, contribuem para desigualdades injustas e evitáveis. A redução dessas iniquidades requer abordagens intersetoriais, que envolvem a colaboração entre diferentes setores. Neste estudo, são analisadas possibilidades de intersetorialidade no âmbito institucional das políticas e planos setoriais nas áreas de mobilidade urbana e saúde. Mais especificamente a intersetorialidade no âmbito da Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) e a Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU), bem como o Plano Distrital de Saúde 2020-2023 (PDS 2020-2023), o Plano Diretor de Transporte Urbano e Mobilidade do Distrito Federal (PDTU-DF) e o Plano de Mobilidade Ativa do Distrito Federal (PMA-DF 2020). A análise integrada desses instrumentos jurídico-políticos, com perspectiva de intersetorialidade e enfrentamento às iniquidades em saúde, teve como conceitos referenciais a Totalidade e a Reificação. Partiu-se do pressuposto de que, quanto mais próximas as políticas e planos estão do conceito de Totalidade, maior é a possibilidade de intersetorialidade e mais abrangentes são as iniciativas intersetoriais no enfrentamento de iniquidades. Ao mesmo tempo, a adesão ao conceito de Reificação resulta em iniciativas menos abrangentes e com menor potencial para enfrentar desigualdades injustas. O resultado da análise integrada, a partir da lente conceitual de Totalidade e Reificação, refletiu a necessidade de, no enfrentamento às iniquidades em saúde, a intersetorialidade entre as duas áreas, apresentar estratégias e iniciativas alinhadas à superação do modelo hegemônico de mobilidade urbana”