Banca de DEFESA: Vinícius de Oliveira Mota

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Vinícius de Oliveira Mota
DATA : 13/06/2024
HORA: 14:30
LOCAL: Microsoft Teams
TÍTULO:

Adolescentes trans da rede pública de ensino do Distrito Federal: Narrativas de diversidade, acolhimento e exclusão.


PALAVRAS-CHAVES:

Narrativas juvenis, adolescentes trans, escola, diversidade, exclusão.


PÁGINAS: 83
RESUMO:

A pesquisa aborda as narrativas de adolescentes que se autodeclaram trans de escolas públicas do Distrito Federal (DF), discutindo a diversidade de suas experiências, bem como o acolhimento e as exclusões no ambiente escolar e nos demais espaços que convivem. O objetivo da pesquisa foi levantar narrativas juvenis sobre como a realidade escolar vivenciada por estudantes adolescentes trans na rede pública do DF interfere nas suas significações sobre a escola e sobre si mesmos(as)(es), considerando a garantia de direitos de adolescentes. Para isso, partimos de perspectivas socioculturais de desenvolvimento humano e adolescências; das normativas escolares vinculadas a questões de gênero, contextualizadas na atual conjuntura sócio-política do país; e de estudos críticos que abordam a experiência subjetiva da transexualidade na adolescência. Verificamos que permanece uma lacuna de estudos feitos com crianças e adolescentes trans sobre sua vida acadêmica, que sigam um delineamento genuinamente participativo e não-adultocêntrico, e que ofertem um contexto seguro para que estas pessoas possam se expressar de modo significativo. A pesquisa seguiu caminhos qualitativos para investigar as narrativas dos(as)(es) participantes sobre suas experiências escolares, em um enquadre metodológico participativo. Foi realizado um grupo focal com adolescentes trans que estudam na rede pública do DF, onde todas as etapas foram co-construídas entre pesquisador e participantes da pesquisa, de modo a estimular o protagonismo e a participação ativa dos(as)(es) adolescentes e a expressão significativa de narrativas juvenis sobre suas vivências escolares. A pesquisa verificou que não há um mapeamento oficial das instituições educacionais da rede pública do DF que tenham em seu quadro de estudantes trans e que não há dados sistematizados no Censo Escolar do Ministério da Educação sobre quantos estudantes fazem uso de nome social nas escolas brasileiras. Constatou também que adolescentes trans constroem significações diversas sobre si mesmos(as)(es), que são fortemente canalizadas culturalmente pelas relações que estabelecem com sua família, sua comunidade e suas escolas. Os participantes se significam como estudantes inteligentes, bem-sucedidos(as)(es), críticos(as)(es) e como pessoas que sofrem negligências nas escolas. Sentem-se pressionados(as)(es) a terem notas maiores que estudantes cis e a adequar sua expressão de gênero a padrões cisheteronormativos. Narraram serem alvos de processos de hipersexualização e fetichização por serem pessoas trans e destacaram que isso de manifesta de forma mais intensa nos relacionamentos amorosos de mulheres trans com homens cisgêneros, onde enfrentam tanto a misoginia quanto a transfobia. O grupo construiu diversas sugestões que podem auxiliar o ambiente escolar a se tornar mais inclusivo e acolhedor para estudantes trans, direcionadas a toda a comunidade escolar, incluindo: uso do nome social e banheiro do de preferência do(a)(e) estudante trans; relações pedagógicas de qualidade; atividades escolares que oportunizem a visibilidade de pessoas trans; combate a transfobia no cotidiano escolar; e formação permanente de educadores. Estas sugestões podem subsidiar práticas educativas inclusivas, diversas e que promovam o desenvolvimento de todas, todos e todes estudantes do Brasil.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - ANA FLAVIA DO AMARAL MADUREIRA - CEUB
Externa à Instituição - JAQUELINE GOMES DE JESUS - IFRJ
Interna - ***.869.671-** - NATALIA DE SOUZA DUARTE - UnB
Presidente - 3577087 - TATIANA YOKOY DE SOUZA
Notícia cadastrada em: 15/05/2024 19:47
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