Banca de QUALIFICAÇÃO: SILVIANE HELENA MARTINS DO VALLE

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : SILVIANE HELENA MARTINS DO VALLE
DATA : 01/07/2025
HORA: 10:00
LOCAL: Microsoft Teams
TÍTULO:

KAMO EMÓ ´UM
NARRATIVAS INTERCULTURAIS SOBRE A ARTE, A MUSICALIDADE E O BRINCAR DAS CRIANÇAS INDÍGENAS: POLÍTICAS DE PROTEÇÃO DO ENCANTAMENTO E BEM VIVER PARA AS PRIMEIRAS INFÂNCIAS


PALAVRAS-CHAVES:

Infâncias. Narrativas musicais indígenas. Direitos das crianças. Ancestralidade. Interculturalidade. Bem Viver. Políticas Públicas.


PÁGINAS: 81
RESUMO:

Estudo com a proposta de reconhecer e valorizar a escuta sensível, os saberes situados e
as múltiplas vozes que habitam o território das infâncias em atenção sobre o direito à Arte, à
musicalidade e o brincar enquanto estratégia de intervenção para o Bem Viver das primeiras
infâncias, num recorte sobre as crianças indígenas, e tecer, assim, uma reflexão sobre a forma
como essas narrativas interculturais podem ser tratadas a partir dos olhares de diferentes literaturas,
mas essencialmente com reconhecimento das expressões da própria criança indígena. Valorizar o
respeito às diferenças, a harmonia nas relações e a integração das múltiplas perspectivas culturais,
que refletem tanto a riqueza da diversidade quanto a necessidade urgente de repensar as relações
étnico-raciais desde a educação infantil, promovendo um aprendizado que valorize e fortaleça o
respeito mútuo e a convivência entre diferentes povos e culturas.
Assim, questiona-se de que modo as políticas públicas de proteção à infância têm reconhecido, ou
negligenciado, as dimensões da arte, da musicalidade e do brincar das crianças indígenas como
expressões legítimas de seus modos de vida, saberes e direitos nas escolas? A Escola Classe
oferece a seus alunos uma pedagogia que integre a temática da arte, em narrativas interculturais
que levem em conta sua musicalidade e o seu brincar, sob o enfoque da promoção de políticas de
desenvolvimento, cultura e bem viver para as primeiras infâncias? Em que medida essas políticas dia

ogam com os princípios do Bem Viver, promovendo ou limitando a presença das culturas
originárias nos territórios da infância? Como a interculturalidade está presente nas práticas
pedagógicas dos anos iniciais do ensino fundamental infantil considerando a inclusão da criança
indígena?
Objetivos: Identificar os elementos estruturantes entre as culturas e tradições das crianças
indígenas que frequentam uma das Escolas Classes do Distrito Federal, sob a perspectiva da Arte,
além de observar a presença das crianças indígenas no ambiente escolar: sua comunicação e
interação durante as brincadeiras, a música e as narrativas artísticas no contexto de suas práticas
pedagógicas; Verificar como a prática pedagógica da Escola Classe se relaciona com as tradições
culturais de cada criança envolvida: suas músicas, suas histórias, os seus desenhos e brincadeiras;
Realizar propostas e levantamentos coletivos que priorizem ações voltadas às infâncias indígenas
e políticas de promoção de desenvolvimento, cultura e bem viver, com perspectivas decoloniais
na dinâmica artístico-pedagógica, formativa e sociocultural da Escola Classe, a partir de narrativas
interculturais protagonizadas pelas próprias crianças, são os objetivos deste estudo.
Metodologia: A Sociopoética, enquanto referencial metodológico, foi a escolha deste estudo, pois
nos convida ao caminhar descalço sobre os territórios do sentir, do imaginar e do simbolizar.
Propondo um deslocamento: não extrair dados, mas cultivar sentidos. O corpo-grupo é convocado
para criar junto, imaginar junto, sonhar junto. Ao invés de entrevistas lineares ou questionários
engessados, as oficinas funcionarão como um território ritual-poético de criação coletiva, onde
cada criança se expressa com liberdade e inventividade. A pesquisa se alinha também à observação
participante, como vivência. Como técnicas e estratégias de coleta de dados, serão realizadas
oficinas Sociopoéticas com as crianças indígenas de uma Escola Classe, localizada no Distrito
Federal. A escola atende crianças na fase pré-escolar de 4 a 10 anos, e é o chão fértil onde
germinam as expressões infantis, as narrativas de pertencimento e os modos de ser indígena em
contexto urbano. As oficinas buscarão verificar o corpo poético das crianças, sua musicalidade,
seus desenhos, falas, cantos, silêncios e brincadeiras, como forma de acessar os sentidos que
produzem sobre si, sobre sua coletividade e sobre o mundo. São as produções das crianças
indígenas, suas imagens, símbolos e gestos, que constituem o fenômeno central da investigação.
Resultados esperados: Mais do que levantar dados, esta pesquisa deseja que seus resultados
escutem cantos, abram espaços, semeiem perguntas, numa travessia entre narrativas, numa busca
por compreender como as narrativas interculturais podem ser reconhecidas como direitos, como
territórios afetivos, como ferramentas de reexistência e como formas de fazer política com ternura e firmeza. Porque proteger a infância indígena é mais do que garantir sobrevivência: é proteger o sonho, o espírito, o tempo da floresta que vive em cada criança. É, em última instância, reencantar o mundo com a força das vozes que nunca deixaram de cantar.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - ***.869.671-** - NATALIA DE SOUZA DUARTE - null
Externa à Instituição - MONIKA WERNET - UFSCAR
Interna - ***.869.671-** - NATALIA DE SOUZA DUARTE - UnB
Externo ao Programa - 302327 - RICARDO JOSE DOURADO FREIRE - null
Notícia cadastrada em: 25/06/2025 17:07
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