Banca de DEFESA: ÉVERTON DONISETE BARBOSA DE MORAES

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ÉVERTON DONISETE BARBOSA DE MORAES
DATA : 14/02/2025
HORA: 10:30
LOCAL: on line
TÍTULO:
O ensino-aprendizagem de filosofia no contexto da racionalidade neoliberal: a oficina de charges como dispositivo de educação menor

PALAVRAS-CHAVES:
neoliberalismo; educação; novo ensino médio; ensino de filosofia

PÁGINAS: 105
RESUMO:
Este trabalho relata o processo de produção de um dispositivo de educação menor no contexto do ensino-aprendizagem de filosofia. Denominado “oficina de charges”, este dispositivo oferece um conjunto de atividades que visam problematizar a racionalidade neoliberal e suas consequências no mundo hodierno. A charge, como gênero textual de vocação crítica e satírica, foi o recurso didático selecionado para motivar o debate e a construção de conceitos ensejados pelo dispositivo. Como arcabouço teórico que fundamenta esta intervenção prática o trabalho traz inicialmente uma pesquisa de revisão bibliográfica sobre os impactos da racionalidade neoliberal na educação, sobretudo no ensino-aprendizagem de filosofia. A revisão bibliográfica aborda as origens do “novo” e do “neo” liberalismo, entendidos como remanejamentos da ortodoxia liberal despertadas por crises capitalistas próprias do século XX. O neoliberalismo se consolidou como racionalidade hegemônica a partir da década de 1980, conduzindo não só os rumos da economia, mas também determinando a vida social e até mesmo psíquica. A transformação da educação é entendida como parte da estratégia neoliberal de mobilizar toda a população na luta por mercados e lucros, num cenário onde o estado não se retira, mas age como parceiro e até como encarnação da razão neoliberal. Guiada pela racionalidade neoliberal a escola assume uma tríplice missão: produzir capital humano, flexível às demandas do mercado; adequar-se aos trâmites do gerencialismo empresarial e inculcar e referendar a lógica normativa dominante como único modo-de-ser possível. O NEM (Novo Ensino Médio) é analisado como um caso de reforma educacional de viés neoliberal que precariza o ensino-aprendizagem de filosofia nesta etapa formativa, principalmente através da anulação de seu status de disciplina obrigatória e a da redução de sua carga horária. A desvalorização da filosofia promovida nesta reforma se explica na percepção deste saber como inútil e destoado das demandas empresariais. Outro impacto ocasionado pelo NEM à filosofia está na transformação desse saber num arremedo de técnica coach escolar calcada nas ideologias do “capital humano” e “empresário de si mesmo”. A democracia, o comum e a skholé são apresentados como princípios que alimentam e fundamentam saídas divergentes diante da lógica normativa dominante. A educação, vivenciada como linha igualitária de saída e herança comum, é um espaço que ainda pode favorecer a construção de aportes de saída dissonantes da hegemonização neoliberal. A filosofia, como disciplina escolar que preconiza o debate e a dúvida como ferramentas de pesquisa, pode contribuir em processos de desnaturalização da lógica dominante. Uma alternativa para o exercício dessa desnaturalização - ensejada através do ensino-aprendizagem de filosofia - se materializa no dispositivo de educação menor aqui apresentado.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1775476 - HERIVELTO PEREIRA DE SOUZA
Interno - 1716169 - PEDRO ERGNALDO GONTIJO
Externo à Instituição - RENATO REIS CAIXETA - IFB
Externo à Instituição - RONALDO MANZI FILHO - UNIMAIS
Notícia cadastrada em: 05/02/2025 16:26
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