ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE MÉTODOS DE ESTIMAÇÃO DE EMISSÃO DE CO2 PARA CAMINHÕES NO TRANSPORTE DE GRÃOS
Emissão de CO2, Consumo de combustível, Transporte de soja e milho
O transporte de cargas é predominantemente realizado por rodovias no Brasil e sendo este um dos maiores produtores de soja e milho do mundo, a movimentação destes grãos possui grande importância na rede logística do país. O estado do Mato Grosso é o maior produtor destes produtos agrícolas e boa parte de sua produção tem como destino a exportação, o que exige que eles sejam deslocados por distâncias médias superiores a 1.000 quilômetros. Dessa forma, surge necessidade de se quantificar a quantidade de CO2 emitido no transporte dessa carga do seu ponto de origem até o porto para ser exportada. Por isso, após definir o município de Sorriso-MT como sendo o maior produtor de milho e soja do país e o porto de Santos-SP o maior exportador destes grãos, traçou-se uma rota rodoviária e estimou-se a quantidade de grãos movimentado entre estes dois pontos. Caracterizou-se a frota de caminhões brasileira e adotando o veículo do tipo bitrem, calculou-se a quantidade de viagens necessárias para transportar toda a carga estimada. Estimou-se então o consumo de combustível e a emissão de CO2 destes caminhões com base na metodologia Bottom-up do IPCC, os quais foram adotados como referência. Propor-se então a construção de equações de consumo com base em dados de veículos pesados cedidos por uma empresa de monitoramento de frotas para que fosse possível calcular, em conjunto com ciclos de velocidades também obtidos destes dados, o consumo de combustível de veículos em operação na rota desejada. Os resultados obtidos a partir do procedimento proposto se mostraram com bom grau de concordância com o obtido pela metodologia Bottom-up. Também se utilizou a ferramenta VECTO para realizar simulações a partir dos dados obtidos com a finalidade de se encontrar uma terceira estimativa de emissão de gases, entretanto, os resultados obtidos não foram condizentes com a referência adotada e concluiu-se que o programa não é adequado para ser utilizado na realidade brasileira sem os devidos ajustes prévios. Por fim, concluiu-se que a cadeia logística estuda emite entre 63,52 e 74,09 mil toneladas de CO2, o que corresponde a até 47,60 kg de CO2 por tonelada transportada.