O TRANSPORTE URBANO DE CARGAS E A QUALIDADE DE VIDA DA POPULAÇÃO - UM ESTUDO NO PLANO PILOTO DE BRASÍLIA
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O Transporte Urbano de Cargas (TUC) é responsável pela movimentação de mercadorias nas
áreas urbanas para atender às necessidades dos cidadãos, sendo essencial para o
desenvolvimento econômico. No entanto, o TUC contribui para a geração de impactos adversos
à sociedade e ao meio ambiente, como congestionamentos e poluição. Já que o TUC é,
simultaneamente, um dos responsáveis por manter o estilo de vida urbano e gerar externalidades
negativas que impactam a vida dos moradores, esta pesquisa avalia como a infraestrutura urbana
e as externalidades negativas geradas pelo TUC influenciam a qualidade de vida dos moradores
das cidades. É assumido que a infraestrutura urbana é de responsabilidade dos gestores públicos
e influenciada pelo empresariado; as externalidades negativas são decorrentes das operações de
TUC e influenciadas pelas ações do governo. Por fim, a infraestrutura e as externalidades
influenciam na qualidade de vida dos moradores. A pesquisa é realizada em Brasília, no Brasil,
uma cidade planejada com problemas de tráfego intenso, ruído, poluição do ar e
congestionamento. Foi elaborado um questionário com 22 questões para avaliar se as
externalidades negativas geradas pelo TUC e infraestrutura urbana influenciam na percepção
da qualidade de vida da população. O questionário fornece dados para validar sete hipóteses
elaboradas para esta pesquisa, apresentado via web para os moradores do Plano Piloto de
Brasília. Foram obtidas 403 respostas válidas, que tiveram seus dados analisados por
Modelagem de Equações Estruturais (MEE), com a abordagem Partial Least Squares (PLS-
SEM). O modelo do tipo Composto Formativo é configurado com duas variáveis independentes
(Gestão Pública e Gestão Privada), duas intervenientes (Infraestrutura e Externalidades) e uma
dependente (Qualidade de Vida). Os resultados mostram que a qualidade de vida da população
é mais influenciada pelas externalidades negativas geradas pelo TUC do que pela infraestrutura
urbana, sendo a primeira negativa e a segunda positiva. Além disso, os resultados mostram uma
forte influência da gestão pública e privada nas externalidades e, por outro lado, baixa influência
da infraestrutura. Por fim, um roteiro indica as questões que devem ser prioritárias para
melhorar a qualidade de vida do Plano Piloto de Brasília, que apontam como prioridade a
capacidade das vias, o uso adequado e o número de vagas para carga e descarga.