ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE CIMENTOS PORTLAND UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL E CIMENTOS ODONTOLÓGICOS À BASE DE CLÍNQUER
cimentos à base de clínquer, construção civil, odontologia, análise comparativa.
O uso de materiais cimentícios é recorrente tanto na construção civil como na odontologia. No entanto, é notável a escassez de pesquisas que abordaram de forma multidisciplinar a comparação entre esses materiais semelhantes. Com isso, os programas de Pós-graduação em Estruturas e Construção Civil (PECC) e o de Pós-graduação em Odontologia (PPGODT) procuraram ampliar por meio da interdisciplinaridade os conhecimentos acerca dos cimentos à base de clínquer, presentes nas duas áreas do conhecimento, através de comparações entre suas características e propriedades próprias. Para este propósito, esta pesquisa avaliou seis materiais cimentícios, sendo dois utilizados na construção civil e quatro utilizados na odontologia. Esses cimentos foram divididos em dois grupos distintos: Grupo 1, composto por três cimentos cinzas (CP V-ARI, MTA Angelus e MTA ProRoot), e Grupo 2, composto por três cimentos brancos (CP-B estrutural, MTA Angelus e MTA ProRoot). Em sua fase anidra, foram avaliados pelos ensaios de Espectrometria por Fluorescência de Raios-X (FRX), Difração de Raios-X (DRX), Granulometria por Raio Laser e Superfície Específica BET. Em seguida, nos cimentos hidratados, foram realizados os ensaios de tempo de pega/presa dos seis cimentos, seguindo a norma da odontologia ANSI-ADA (ISO 6876:2012) e de resistência à compressão das pastas com 1 dia de hidratação, seguindo a norma da odontologia ANSI/ADA (ISO 9917:2000). E, por fim, a microestrutura das pastas dos seis cimentos foi avaliada pelo ensaio de DRX a 1 dia de hidratação. Os dados dos ensaios permitiram comparar o comportamento dos cimentos anidros e das pastas de forma isolada e conjunta. Foram necessárias adaptações nos ensaios de FRX e DRX, devido à disponibilidade limitada de cimento odontológico, as quais foram consideradas efetivas para o estudo. Os resultados revelaram uma semelhança na composição química entre os cimentos, com a exceção dos agentes radiopacificadores presentes nos cimentos odontológicos, bem como a ausência de gesso nos MTA’s da Angelus, que fez com que a etringita não fosse formada durante o processo de hidratação das pastas destes cimentos. Além disso, as superfícies específicas BET dos cimentos odontológicos mostraram-se superiores às dos cimentos Portland, ao passo que estes apresentaram maior resistência, enquanto os MTA’s da Angelus demonstraram as menores resistências. Com isso, as análises comparativas permitiram uma contribuição significativa para um maior entendimento das características e propriedades desses cimentos.