Banca de DEFESA: JOHN KENNEDY FONSECA SILVA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JOHN KENNEDY FONSECA SILVA
DATA : 18/09/2025
HORA: 09:00
LOCAL: Auditório do ENC
TÍTULO:

ANÁLISE EXPERIMENTAL DO COMPORTAMENTO MECÂNICO DE CONECTORES FORMADOS POR PLACAS PERFURADAS DE GFRP PARA PAINÉIS SANDUÍCHE

PALAVRAS-CHAVES:

painéis pré-moldados de concreto com isolamento incorporado, conectores de cisalhamento; polímero reforçado com fibras de vidro; ensaios de cisalhamento duplo

PÁGINAS: 316
RESUMO:

A presente tese investiga, de forma experimental e analítica, o comportamento mecânico de conectores de cisalhamento produzidos a partir de placas perfuradas de polímero reforçado com fibras de vidro (GFRP), denominados PERFOFRP, aplicados em painéis pré-moldados de concreto com isolamento incorporado. O objetivo central foi compreender os mecanismos resistentes envolvidos, a influência de variáveis geométricas e as implicações para o desempenho estrutural desses elementos. A revisão bibliográfica abordou a evolução histórica e os avanços técnicos dos painéis sanduíche de concreto, destacando seus componentes (camadas de concreto, armaduras, núcleo isolante e conectores) e os requisitos estruturais associados. Foram analisados diferentes tipos de conectores, como metálicos, cimentícios e poliméricos, evidenciando o impacto das pontes térmicas nos modelos tradicionais e a crescente adoção do PRFV devido à sua baixa condutividade térmica e resistência à corrosão. Estudos anteriores demonstraram que a eficiência térmica e estrutural dos painéis depende fortemente do desempenho dos conectores. Nesse cenário, os conectores PERFOFRP, desenvolvidos a partir da lógica dos conectores metálicos perfurados (PERFOBONDs), surgiram como alternativa de menor densidade e baixa condutividade térmica, mantendo a eficiência de transferência de cisalhamento. A literatura aponta a influência de parâmetros geométricos, da aderência PRFV–concreto e da frente de concreto no desempenho desses conectores. Apesar dos avanços já identificados, ainda não havia sido consolidada uma base experimental ampla o suficiente para compreender a interação entre os mecanismos resistentes em conectores contínuos, o que justificou a realização da investigação desenvolvida nesta tese. Foram conduzidas quatro séries de ensaios de cisalhamento duplo, abrangendo dezenas de modelos de conectores. A Série 1 avaliou a influência do espaçamento entre furos (Sh) e da distância entre furos e borda (Sb), destacando o papel da geometria no padrão de fissuração e na resposta força–deslizamento. A Série 2 foi concebida para isolar os mecanismos resistentes, como aderência na interface GFRP-concreto, ancoragem do GFRP nos furos e atrito, por meio de variações artificiais que incluíram uso de teflon, barras metálicas e conectores de aço. A Série 3 investigou a espessura da região de GFRP exposta, permitindo avaliar a contribuição da resistência à tração e compressão das fibras em diferentes condições de confinamento. Já a Série 4 examinou combinações de diâmetros e quantidades de furos, analisando seus efeitos sobre resistência, rigidez e ductilidade. Os resultados mostraram que a resistência última dos conectores variou em função da geometria, alcançando valores superiores a 47 kN em alguns modelos. Conectores sem furos apresentaram maior rigidez inicial, mas menor capacidade resistente em comparação aos perfurados. A eliminação da aderência reduziu significativamente a resistência, confirmando sua contribuição no mecanismo global. As análises de rigidez elástica (Ke) e de energia absorvida indicaram que o desempenho dos conectores pode ser ajustado em função do projeto geométrico, enquanto a classificação de ductilidade apontou predominância de respostas frágeis (D1 e D2), embora alguns modelos tenham atingido comportamento D3 (dúcteis). A partir da sistematização dos resultados, foram propostos modelos de dimensionamento para a previsão da capacidade última, contemplando diferentes modos de ruptura: no concreto, no GFRP em contato com o isolamento térmico, no GFRP confinado e por perda de aderência. Esses modelos apresentaram boa correlação com os valores experimentais e podem subsidiar futuras recomendações de projeto.

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1550512 - RODRIGO DE MELO LAMEIRAS
Interno - 1012696 - RAMON SALENO YURE RUBIM COSTA SILVA
Externo à Instituição - HIDELBRANDO JOSE FARKAT DIÓGENES - UFPB
Externo à Instituição - JOSÉ ALEXANDRE GOUVEIA HENRIQUES