"Mulheres SURDAS E CUIDADOS OBSTÉTRICOS NO BRASIL: UMA ANÁLISE COM BASE NA BIOÉTICA HERMENÊUTICA”
“Surdez. Bioética. Pessoas com deficiência auditiva. Assistência à saúde. Obstetrícia.”
“A surdez é considerada uma deficiência “invisível”, uma vez que não mostra sinais externos. A perda auditiva, quando não adequadamente diagnosticada e tratada, pode trazer diversas repercussões para o indivíduo. A principal dificuldade relacionada à surdez se refere à comunicação, o que impacta diretamente nas demais áreas da vida. Esta pesquisa tem como objetivo analisar, a partir da perspectiva da bioética hermenêutica, a experiência de mulheres surdas durante o cuidado obstétrico, no contexto da gestação e do parto, por meio de seus relatos realizados por questionário eletrônico. Foram recebidas, ao todo, 34 respostas ao questionário eletrônico disponibilizado via Google Forms. A amostra foi composta majoritariamente por mulheres entre 30 e 39 anos, brancas, com escolaridade de nível superior, com um filho e que possuem renda familiar entre quatro e vinte salários-mínimos. Portanto, trata-se de um grupo de participantes com uma condição socioeconômica privilegiada, a despeito da surdez. Embora haja dificuldades específicas associadas à surdez, o desfecho encontrado para o cuidado obstétrico recebido pelas mulheres surdas desta pesquisa é bastante similar ao de ouvintes, demonstrando que a escolaridade e condição socioeconômica é um fator protetor.