Banca de DEFESA: Mauricio Pessoa de Morais Filho

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Mauricio Pessoa de Morais Filho
DATA : 15/12/2023
HORA: 10:00
LOCAL: A definir
TÍTULO:

RAÇA, DOR, SILÊNCIO: DIMENSÕES BIOÉTICAS DA (NÃO) TERAPÊUTICA DA DOR DE VIDAS COLONIZADAS


PALAVRAS-CHAVES:

racismo, dor, humano, bioética, disparidades no tratamento da dor


PÁGINAS: 100
RESUMO:

A presente dissertação tem como objetivo geral analisar, do ponto de vista da bioética, a relação entre raça e tratamento da dor. Trata-se de uma abordagem multidimensional com três exercícios metodológicos. Inicialmente, uma revisão narrativa da categoria bioética de pessoa humana que busca compreender os efeitos da organização da disciplina em torno de uma categoria de pretensão universal diante da necessidade de enfrentar as disparidades raciais em saúde. Em seguida, uma revisão integrativa de literatura que analisa estudos empíricos em bases de dados científicas para verificar a existência de disparidade racial no tratamento da dor no Brasil e no mundo. Por último, um relato de experiência que apresenta as limitações, silenciamentos e violências que atravessam o estudo da relação entre raça e dor no país. Como resultado da revisão narrativa, elencam-se os efeitos de hierarquização de humanidades gerados pela perspectiva eurocêntrica da categoria de pessoa humana. Consequentemente, destaca-se a importância de desafiar as presentes hegemonias epistêmicas e decolonizar o pensamento bioético buscando categorias mais atinentes à dor em vidas periféricas e racializadas. Como resultado da revisão de literatura científica sobre raça e tratamento da dor, revela-se que 93,6% dela vem dos EUA, e que inexiste no Brasil. Não brancos, especialmente negros, foram submetidos a piores parâmetros de qualidade de tratamento em todos os desfechos avaliados. Recebem menos frequentemente prescrição de analgesia, em geral, e de opioides, especificamente, menor dosagem de medicação, esperam mais tempo para receber analgesia e são mais vigiados quanto ao uso e abuso de medicamentos. Por último, o relato da experiência expõe a não identidade entre os formatos academicamente prescritos para descrever um experimento e a experiência de conduzir uma pesquisa sobre raça e dor no Brasil. Assim, são abordadas as diversas estratégias e argumentos que silenciam a existência do racismo no tratamento da dor no País, como a ameaça da crise de opioides e os obstáculos à pesquisa e publicação sobre o tema. Dados estratificados por raça sobre o manejo da dor são indispensáveis para práticas e políticas antirracistas em saúde.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - RAFAEL HADDOCK LOBO - UFRJ
Interno - 1535405 - GABRIELE CORNELLI
Presidente - 3552147 - MONIQUE TERESINHA PYRRHO DE SOUZA SILVA
Interno - 2290568 - WANDERSON FLOR DO NASCIMENTO
Notícia cadastrada em: 05/12/2023 11:40
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