“ POR UMA EDUCAÇÃO MÉDICA SENSÍVEL: ESTUDO DE CASO SOBRE O LABORATÓRIO DE SENSIBILIDADES DE UM CURSO MÉDICO SOB O OLHAR DA BIOÉTICA DE INTERVENÇÃO E DOS ESTUDOS DECOLONIAIS ”
“ sensibilidades; arte; bioética de intervenção; estudos decoloniais; corporeidade ”
“ Essa tese parte da perspectiva decolonial e da Bioética de Intervenção sobre as necessidades de transformação na educação médica e, para isso, se propõe a realizar uma análise de caso de um espaço pedagógico inovador num curso de medicina na cidade de Caruaru-Pernambuco: o LabSensi – Laboratório de Sensibilidades. Tem como objetivo geral analisar criticamente a contribuição do laboratório de sensibilidades na formação do/a estudante de medicina através da perspectiva dos estudos decoloniais e da bioética de intervenção, explicitando as possíveis bases epistemológicas dos saberes trabalhados no Labsensi e como estas podem se articular com essas teorias na prática. O labsensi tem um papel central, especialmente através das artes do corpo, como dança e artes cênicas, em ofertar práticas e vivências que possam acumular experiências para a formação de outros repertórios no imaginário, que se organizam no corpo, que possam ser sentidos ao reorganizar a percepção influenciando formas de ver, sentir e compreender o mundo e as relações inter-humanas. Neste sentido, a arte em questão se põe em abertura para técnicas de preparação e criação que envolvem perspectivas contemporâneas não imediatistas, que valorizam o processo, não elitizadas, onde a experiência do sentir é mais valorada que a estética do mover ou representar. Algumas técnicas somáticas como Contato Improvisação e Body Mind Centering, e jogos performativos em preparo do ator são ferramentas usadas como base das atividades. Através de relatos autoetnográficos das aulas ministradas, enriquecido com imagens fotográficas das atividades e de produtos de aulas, das quais participei ou facilitei, foi possível perceber o enfoque na(s) corporeidade(s) em todo processo. A partir do método da equivocação de Viveiros de Castro, destaco a distância entre os paradigmas cartesiano e um outro decolonial, reconhecendo sua existência. A categoria sensibilidades pode ser pensada como potencializadora de aberturas nas corporeidades em relação para um processo que busca singularizar e não universalizar os desafios em bioética.”