CANTAUTORAS NA CENA MUSICAL DE BRASÍLIA: cultura material, interseccionalidade e (re)existências
Cantautoras; Cena musical; Brasília; Interseccionalidade; (Re)existências; Artivismo.
Este trabalho se propõe a discutir e a analisar práticas musicais e estratégias de (re)existência adotadas por cantautoras na cena musical de Brasília, à luz de estudos feministas, de gênero, da cultura material e dos estudos culturais. Por cantautoras, refiro-me ao termo reformulado e proposto por Rosa e Nogueira (2015) para designar compositoras que interpretam suas próprias canções, refutando o lugar do masculino como criador universal e contestando a hegemonia heteronormativa branca sexista e classista. Com isso, busco trazer para o centro do debate epistemologias e referências feministas pós-coloniais, a partir de práticas musicais de mulheres que contestam apagamentos, silenciamentos e regimes de opressão. Adoto a etnografia como abordagem desta pesquisa, a partir de adaptações da “observação flutuante”, do colocar-se à deriva e do deixar-se afetar como dispositivos metodológicos para realização de incursões em campo, bem como de entrevistas em profundidade. Para este trabalho apresentado à Banca Examinadora de Qualificação de tese, apresento resultados preliminares gerados a partir da observação participante, de notas de campo, de registros fotográficos e em vídeo, bem como de entrevistas em profundidade realizadas com três colaboradoras de pesquisa, sendo que duas delas lançaram seus primeiros discos, há alguns anos, com recursos do Fundo de Apoio à Cultura; e uma lançará seu primeiro álbum, assim como eu, também com apoio dessa política pública de fomento à cultura, no ano de 2023.