O que o jornal pensa: enquadramentos populistas e mediapopulism nos editoriais da Folha de São Paulo, O Globo e O Estado de São Paulo sobre o governo Bolsonaro
Populismos; mediapopulism; enquadramento; editoriais
Tendo como referência debates sobre o papel da imprensa brasileira para a eleição de Jair Messias Bolsonaro em 2018, esta pesquisa realiza uma análise dos enquadramentos populistas na cobertura editorial dos jornais Folha de São Paulo, O Globo e O Estado de São Paulo sobre dos principais momentos do governo. Este trabalho se fundamenta a partir das discussões sobre populismo, de Mudde e Kaltwasser (2017) e Laclau (2003), bem como autores que entendem o fenômeno a partir das perspectivas do discurso (Jaggers; Walgrave, 2007) e como estratégia de comunicação política (Vreese; Esser; Aalberg, et. al, 2018). Com essas contribuições teóricas como âncora, busca analisar o fenômeno do mediapopulism (Krämer; 2014; Mazzoleni, 2014) na imprensa brasileira. Como resultado, revela na cobertura editorial dos quality papers para primeiros 100 dias de governo Bolsonaro a ocorrência de framings que apelam à autoridade do povo exercida por meio do voto; à vontade do povo como prioridade; promovem uma noção de antagonismo entre Empresa x Estado; crítico aos privilégios trabalhistas; crítico ao sistema político; crítico à máquina estatal; e de reforço ao antipetismo.