QUANDO O ÓBVIO NÃO É TÃO ÓBVIO ASSIM:
Uma análise dos discursos da Obvious Agency sobre o imperativo da produtividade durante a pandemia da Covid-19
O objetivo do presente trabalho é compreender como se configuram os
discursos da Obvious Agency – agência de produção de conteúdo feito por
mulheres para mulheres – acerca do Imperativo da Produtividade durante a
pandemia da Covid-19, analisamos os posts do recorte de março, abril e
maio de 2020, 2021 e 2022, afim de analisar se existe variação de
posicionamento. Para isso, primeiramente entendemos a
contemporaneidade e definimos primeiramente a Racionalidade Neoliberal e
o Imperativo da Produtividade à partir dos conceitos de Sociedade do
Cansaço (HAN, 2017); Sociedade do Desempenho, Espírito Empresa e
Culto à Performance de Ehrenberg (2010); a Sociedade 24/7 de Jonathan
Crary (2014); a subjetividade colonial-capitalística da contemporaneidade de
Rolnik (2019); o entendimento de disponibilidade contínua na atualidade de
Sibilia (2019); e as noções de funcionamento empresarial e competição
constante de Maria Cristina Franco Ferraz (2014). Também são considerados
os impactos da pandemia do coronavírus, compreendendo as questões de
gênero e suas especificidades dentro deste contexto. Em um segundo
momento compreendemos o que é a Obvious Agency, quem cria seus
conteúdos, realiza sua curadoria e qual seu público-alvo e objetivos. Só então
selecionamos, categorizamos e analisamos os posts da agência que fazem
referência a produtividade à partir da Análise de Conteúdo. Depois,
aplicamos a Análise de Discurso Foucaultiana para finalizar a análise e a
compreensão do posicionamento da Obvious no recorte de tempo
selecionado.