ARIANO SUASSUNA NA TELEVISÃO: Uma releitura de A Pedra do Reino por Luiz Fernando Carvalho
A Pedra do Reino; televisão; literatura; adaptação; teatro.
Esta pesquisa teve como objetivo o estudo da transposição da obra literária, Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971), do escritor Ariano Suassuna para a televisão no formato de minissérie, de título A Pedra do Reino (2007), produzida pela Rede Globo em parceria com a Academia de Filmes e dirigida por Luiz Fernando Carvalho. Carvalho tinha toda a liberdade para construir a minissérie como quisesse, porém, o diretor optou por manter os aspectos principais e a essência do hipotexto. Na construção da minissérie Carvalho buscou dialogar com outros gêneros do discurso (teatro, pintura, a própria literatura, música), além de dialogar diretamente com o Movimento Armorial, movimento liderado pelo escritor Ariano Suassuna e cujo objetivo era unir a arte popular com a erudita. Diante disso, os conceitos chave que nos guiaram na presentem discussão foram a transtextualidade de Gérard Genette (2010), a intermidialidade de Irina Rajewsky (2012) e o hibridismo de Homi Bhabha (1998). Analisamos, então, como o diretor utilizou algumas funções narrativas para construir uma recriação do texto fonte em um produto audiovisual, como a inspiração de alguns personagens da commedia dell’arte na construção dos personagens da minissérie e a inspiração nos quadros de Giotto e El Greco para a construção do cenário e fotografia da minissérie. Assim, foi possível destacar o caráter transgressor da adaptação realizada por Carvalho, que apontou para uma proposta que dá um passo além em um desafio estético lançado na televisão brasileira.