Informação e desinformação no jornalismo televisivo da América do Sul: Dimensões normativas e o papel da televisão nos contextos de Brasil, Argentina e Chile.
Comunicação; Desinformação; Televisão; Pluralismo
Esta pesquisa investiga como os sistemas de televisão da América Sul estão cumprindo princípios normativos no contexto do combate à desinformação. Neste sentido, o estudo se concentrou na análise de três importantes países da região: Brasil, Argentina e Chile. A questão central que guia este trabalho é entender como o jornalismo de emissoras de televisão abertas sul-americanas tem lidado com o fenômeno da desinformação, intensificada pelo ambiente digital neste século, se esses veículos seguem princípios democráticos que envolvem como direito à informação, direito à comunicação e pluralismo. Para responder a essa questão, a pesquisa realizou uma análise inicial explorando os debates sobre direitos à comunicação e informação, pluralismo, a relação entre direito e comunicação, tendo o impacto da internet neste campo como pano de fundo. Em seguida, foram estudados os contextos da desinformação, incluindo suas características, dinâmicas e interações com a tecnologia e o ambiente político. Os sistemas de televisão dos três países foram investigados, considerando sua história, estrutura de mercado e regulamentações. Foram utilizados, como metodologia, o Estudo de Caso, associado às técnicas de Análise Documental, Análise de Conteúdo e Análise de Discurso. Programas de diferentes formatos, mas com viés jornalístico, foram selecionados para análise. Esses programas tratavam de tópicos de interesse público frequentemente alvos de desinformação, como a Covid-19, Urnas Eletrônicas e Plebiscito Constitucional. A análise foi baseada em indicadores de pluralidade divididos em cinco categorias: Valores Democráticos, Regras de Propriedade, Liberdade de Expressão, Diversidade de Conteúdo, e Educação e Conscientização. Os resultados demonstram que os países analisados têm leis que procuram definir a radiodifusão televisiva como serviço de interesse público, reconhecendo a comunicação como direito e que esse marco legal interfere positivamente no combate à desinformação dentro dos programas jornalísticos, ainda que a presença de monopólios e concentração em grandes grupos de mídia se constitua como um desafio a esses princípios.