O mundo social do midiativismo feminista digital: As trajetórias entre jornalismo, ativismo on-line e militância política
feminismos, midiativismo, mundo social, ativismo digital, militância, engajamento
O intuito da pesquisa é entender, a partir das trajetórias dos membros do mundo social e tomando como base os casos do Brasil e da França, como se estruturam publicações midiativistas feministas digitais e por que elas se mantêm. Opto por trabalhar com os dois países por serem representações de relevo no cenário geopolítico internacional do Sul (Brasil) e do Norte (França) global. Assumo o midiativismo feminista como um espaço composto pelo interstício entre outros mundos sociais, como o do jornalismo, o do ativismo digital e o da militância política. Para compreender quais formas de engajamento são construídas pelo grupo, a tese tem como objeto de análise as publicações brasileiras AzMina, Think Olga e Lado M e as publicações francesas Georgette Sand, Les Glorieuses e Madmoizelle. Utilizo as teorias sobre estudos de gênero e feminismos como apoio bibliográfico. Recorro ao arcabouço teórico do interacionismo simbólico correlacionado aos mundos sociais da perspectiva beckeriana para traçar as convenções e as maneiras de cooperação, de interação e as negociações construídas pelo grupo. Busco suporte igualmente na sociologia crítica e na teoria dos campos sociais para observar relações de poder e de dominação que perpassam a prática e as vivências de entrevistadas(os). A metodologia, de caráter qualitativo e indutivo, apoia-se em uma etnografia com entrevistas em profundidade com atrizes e atores que participam em diferentes graus da composição do mundo – produtoras(es) de conteúdos, equipes de apoio e públicos - e na observação direta das práticas desenvolvidas por participantes desses espaços para possibilitar a comparação multissítio e dar indícios transnacionais das formas de funcionamento das mídias feministas digitais.