As viagens de Riobaldo: o deslocamento errante em Grande Sertão: Veredas.
Viagem; Deslocamento; Errância; Guimarães Rosa; Estética.
Esta pesquisa aborda as noções de errância e deslocamento baseado na perspectiva da viagem em Grande Sertão: Veredas (1956). O objetivo é realizar um mapeamento do pensamento de Riobaldo, procurando entender as construções estéticas e comunicacionais. Para tanto, propõe-se uma reflexão sobre a estética e a viagem na criação literária de Guimarães Rosa. Conforme indicam os arquivos e a bibliografia, a vida de diplomata e os deslocamentos pelo sertão brasileiro podem ter influenciado na construção narrativa do romance repleta de desvios. O trabalho faz uma aproximação do protagonista e do autor, um enquanto consciência do outro. A investigação tem o foco de realizar um mapa do discurso, previamente dividindo em quatro categorias: errância, emoção, deslocamentos e Diadorim/diabo, partindo da contemplação estética do imaginário. Este “mapa” forma uma análise quantitativa de aparições das palavras de forma gramatical e semântica que remetem à categorias. O método utilizado teve inspiração na cartografia de Willi Bolle (2004), além de estudos de Paola Berenstein Jacques (2012), Michel Onfray (2009), Benedito Nunes (2013), Edgar Morin (2017), Costa (2002) e Baião (2020). Como resultado, delimitou-se conceitos como o pensamento riobaldiano e os deslocamentos errantes, apresenta-se, também, a construção de um “mapa”, misturando saberes da comunicação e literatura. Essa dinâmica aponta para a formação de novas perspectivas da narração do personagem como consequência do imaginário errante da obra, fornecendo elementos para diversas interpretações.