violência; representação; true crime; crimes reais; análise fílmica;
Este projeto aborda a popularização do true crime na atualidade com objetivo de analisar os processos de representação da violência presentes em produções audiovisuais baseadas em crime reais. Para a contextualização deste gênero secular, recorreu-se a pesquisadoras como Joy Wiltenburg (2004) e Taylor Meeks (2021), em conjunto com aportes teóricos como os de Arlindo Machado (2007), que relacionam a representação da violência nas mídias a escopofilia e ao voyeurismo. Propõe-se a observação das produções de true crime como mercadorias da indústria cultural e assim, examiná-los como objetos passíveis de fetichização no imaginário do público. Para isso, tendo em mente as premissas da sociedade contemporânea que potencializam a violência como um apelo de consumo em conteúdos como o true crime, esta pesquisa dedica-se a investigar por meio de que recursos cinematográficos e/ou estéticos opera-se a representação da violência em uma produção audiovisual baseada em crimes reais de ampla distribuição com o público atual. Considerando a abrangência do objeto de estudo, propõe-se dar início a caracterização preambular deste fenômeno a partir da análise fílmica de DAHMER - Monster: The Jeffrey Dahmer History (2022), que atingiu feitos inéditos para produções do gênero: tornou-se a quarta série mais assistida em todo o catálogo da Netflix e atingiu a marca de um bilhão de horas assistidas em sessenta dias após seu lançamento. Aqui, a análise desta produção seriada foi concebida com base em conceitos como os trabalhados por Manuela Penafria (2009), em que analisa-se os elementos internos (como as dinâmicas das narrativas, aspectos visuais, sonoros e ideológicos) e os elementos externos (como fatores determinantes no contexto social, cultural e estético).