"TRAVESSIA DAS FAMÍLIAS DE CRIANÇAS DEPENDENTES DE TECNOLOGIAS NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA"
“Saúde da Criança; Doença Crônica; Qualidade de Vida; Família. _”
“_Introdução: As crianças dependentes de tecnologias são aquelas consideradas clinicamente frágeis e socialmente vulneráveis, que necessitam de algum dispositivo tecnológico para compensar a perda de uma função vital do organismo. Neste contexto, os familiares necessitam acompanha-las continuamente em tempo integral, inclusive nos momentos de hospitalização, o que acarreta impactos no funcionamento familiar, em especial na vida daquele que assume a função de cuidador principal. Objetivo: Conhecer o perfil das crianças dependentes de tecnologia de uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica e as repercussões da hospitalização prolongada na vida familiar. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa quantitativa e qualitativa, realizada em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, pública, do Distrito Federal. Para coleta de dados quantitativos, foram utilizados dois instrumentos, um questionário estruturado com questões abertas e fechadas, elaborado pelo pesquisador e o The World Health Organization Quality of Life abreviado e na etapa qualitativa utilizou-se a entrevista aberta em profundidade. Para análise quantitativa dos dados foram realizados estatística descritiva, distribuição de frequências e aplicação de testes como Correlação de Spearman, Kruskal-Wallis e Mann-Whitney. Para os dados qualitativos, utilizou-se a análise de conteúdo temática proposta por Minayo. Resultados: Participaram do estudo 21 crianças dependentes de tecnologias e seu respectivo familiar cuidador principal. Todas participaram da etapa quantitativa e, destas 11 da qualitativa. Os aspectos clínicos revelaram crianças com tempo de internação prolongado, maioria encefalopatas e que utilizam múltiplos dispositivos. Os dados sociais evidenciam a mãe como a familiar cuidadora principal, com nível médio de escolaridade, desempregadas e com baixa renda. Destaca-se prejuízos à qualidade de vida das genitoras, com índices mais acentuados nos domínios social e meio ambiente, diretamente influenciados pela escolaridade e renda. Os resultados qualitativos destacam os sentimentos negativos das mães, a mudança na rotina familiar e a precária rede de apoio. Conclusão: O estudo revela dados de importância epidemiologia e social, pois percebe-se a vulnerabilidade das crianças dependentes de tecnologias e de suas famílias em vários aspectos, sendo esta potencializada no contexto da internação prolongada.