"CONFORTO DE PACIENTES EM CUIDADOS PALIATIVOS: UM ESTUDO À LUZ DA TEORIA DE KATHARINE KOLCABA"
"Enfermagem; Teoria de Enfermagem; Conforto do Paciente; Cuidados Paliativos; Tanatologia”
"INTRODUÇÃO: Estima-se que, mundialmente, 57 milhões de pessoas precisam de cuidados paliativos, e destas, apenas 16% o recebem. A qualidade da morte está intimamente ligada com o fornecimento de cuidados paliativos à população necessitada. O resultado desta situação é um excesso incalculável de sofrimento, não apenas para aqueles que estão prestes a morrer, como para seus entes queridos. Cuidar para uma boa morte significa, sobretudo, promover conforto, que é resultante de práticas de cuidar em saúde, conciliando racionalidade e sensibilidade, assegurando a dignidade do paciente e sua família. Nesse sentido, conhecer as experiências de conforto dos pacientes torna-se um aspecto relevante para a prática de cuidados, a fim de orientar os cuidados prestados de acordo com as necessidades dos pacientes, maximizando o efeito das intervenções de conforto. O estudo visa responder à seguinte questão norteadora: Os pacientes em cuidados paliativos têm suas necessidades de conforto contempladas ao longo da paliação? OBJETIVO: analisar a experiência de conforto de pacientes em cuidados paliativos a luz da Teoria do Conforto de Katharine Kolcaba. MÉTODO: Tratase de uma pesquisa exploratória, descritiva, baseada na abordagem qualitativa, interpretada à luz da Teoria do Conforto, de Katharine Kolcaba. Realizou-se o estudo com pacientes em cuidados paliativos acompanhados em dois hospitais públicos do Distrito Federal. Foram utilizados para a coleta de dados dois instrumentos: um questionário sociodemográfico e um roteiro de entrevista semiestruturado, elaborado com base na Teoria de Katharine Kolcaba. A coleta de dados ocorreu no período compreendido entre os meses de dezembro de 2020 a dezembro de 2022. O corpus das entrevistas foi submetido à análise de conteúdo com auxílio do software IRAMUTEQ. RESULTADOS E DISCUSSÕES: Participaram do estudo oito pacientes (hospital A) e nove pacientes (hospital B) em cuidados paliativos. As entrevistas realizadas com os participantes foram transcritas e submetidas a análise de conteúdo. O corpus geral do Hospital A foi categorizado em dois eixos e seis classes. O eixo um foi nomeado “Desconforto no adoecer”, composto pela classe 3 “situações de estímulo” e classe 4 “necessidades de cuidado de saúde” que está relacionado ao momento do diagnóstico sobre a doença, metástase e CP e suas consequências físicas/emocionais, ou seja, a história da doença. O eixo 2 foi denominado de “Des/conforto no viver e no morrer” formado pelas classes 1 “multidimensionalidade do conforto”, classe 2 “apoio familiar”, classe 5 “processo de morrer e experienciais atuais” e classe 6 “história de vida e experiências passadas”, menciona as diferentes situações acerca do conforto e desconforto envolvendo as fontes promotoras, a história de vida de cada um e o processo de morrer. O corpus geral do Hospital B foi categorizado em dois eixos e seis classes. O eixo 1 é composto por uma classe, nomeada “situação de estímulo”, que está relacionado celeridade que o indivíduo descobriu a nova condição e seus comportamentos de busca de saúde. O eixo 2 foi denominado de “Pressão Alfa” formado pela classe 2 “multidimensionalidade do conforto”, classe 3 “conforto psicoespiritual”, classe 4 “pressão beta”, classe 5 “história de vida e experiências passadas” e classe 6 “variáveis intervenientes”, que abordam acerca dos sinais e sintomas diferentes do habitual que levaram o indivíduo a procurar ajuda, a forma com que este enfrenta o momento atual, sendo por meio do apoio psicoespiritual e demais fornecedores de conforto. CONCLUSÃO: o estudo possibilitou conhecer as experiências dos pacientes em cuidados paliativos, seus sentidos e esferas de conforto, além de comprovar a aplicabilidade da Teoria do Conforto no contexto dos Cuidados Paliativos."