IMPACTO DA PANDEMIA DA COVID-19 NA VACINAÇÃO INFANTIL NO DISTRITO FEDERAL: INDICADORES DE SAÚDE E PERCEPÇÃO DOS PAIS
Cobertura vacinal; Vacinação; Pandemia; Programas de Imunização
Introdução: O Programa Nacional de Imunizações (PNI) possui grande relevância para a saúde da população, uma vez que possibilita a distribuição e ampliação do acesso aos imunizantes, em especial para os distribuídos na primeira infância. Com o advento da Covid 19, as necessidades de saúde mais urgentes foram priorizadas em detrimento de outros serviços que foram interrompidos, ficando a população infantil descoberta e exposta ao adoecimento por doenças imunopreviníveis. Objetivo: descrever a situação vacinal de crianças no primeiro ano de vida e os principais fatores intervenientes na perspectiva dos pais. Metodologia: Trata-se de estudo transversal, descritivo, retrospectivo, de abordagem quantitativa e qualitativa, realizado em 03 Unidades Básicas de Saúde da Região Sul de Saúde do Distrito Federal. A amostra foi composta por crianças menores de um ano de vida e seus pais ou responsáveis legais. Foi aplicado o "Instrumento de coleta de dados acerca dos fatores relacionados ao atraso da vacina", elaborado pela autora, adaptado de Garcia (2022). O instrumento elaborado é misto (quantitativo e qualitativo), e foi respondido pelo pai e/ou responsável, com questões que avaliam o conhecimento sobre vacinas pelos familiares, o atraso vacinal e a situação de saúde da criança. Na análise quantitativa, os dados foram digitados em planilha do Excel e analisados no software Statistical Package for the Social Science (SPSS), onde foi estimada a prevalência de cada uma das doses de atraso. Para a análise dos dados qualitativos, foi realizada a técnica de Análise de Conteúdo de Bardin, onde foi realizada a transcrição dos áudios dos entrevistados, após responderem a entrevista semiestruturada (documento escolhido). Assim, após a formulação dos objetivos, foram levantadas hipóteses sobre as possíveis categorias, que poderiam colaborar com o desenvolvimento da pesquisa. Resultados e Discussão: foram analisadas cadernetas de vacinação de 32 crianças. A faixa etária média era de 1,6 anos de idade. Ao todo, foram identificados 127 atrasos vacinais, sendo os mais prevalentes: 1° Meningocócica dose de reforço; 2º Hepatite B; e 3º VIP e Pentavalente, ambas terceira dose. Conclusão: Fatores como isolamento social, efeitos adversos das vacinas, movimentos antivacinas, desconhecimento sobre as vacinas foram citados como possíveis causas para a hesitação vacinal. A principal limitação do estudo foi garantir uma amostra mais robusta para melhor análise. Tal limitação ocorreu devido o programa do Ministério da Saúde (Previne Brasil) que, mediante o lançamento de metas como estratégia para amenizar os danos ocorridos durante a pandemia, incentivou a atualização das cadernetas de vacinação em menores de 1 ano, o que repercutiu no processo de coleta dos dados, uma vez que muitas cadernetas avaliadas já haviam sido atualizadas em sua completude. estudos mais aprofundados sobre a repercussão da pandemia na saúde infantil são incentivados, principalmente no que concerne ao campo da imunização, uma vez que, uma população não vacinada está sujeita a ser infectada por doenças anteriormente erradicadas, afetando consideravelmente a saúde pública do país.