Banca de DEFESA: ONISLENE ALVES EVANGELISTA DE ALMEIDA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : ONISLENE ALVES EVANGELISTA DE ALMEIDA
DATA : 10/12/2025
HORA: 09:00
LOCAL: A DEFINIR
TÍTULO:

TELENFERMAGEM NO AUTOCUIDADO DE PESSOAS EM HEMODIÁLISE: ESTUDO MULTIMÉTODOS


PALAVRAS-CHAVES:

“ Insuficiência Renal Crônica. Hemodiálise. Autocuidado. Aderência ao Tratamento. Telessaúde


PÁGINAS: 1000
RESUMO:

“INTRODUÇÃO: A doença renal crônica e o tratamento de hemodiálise são condições complexas que exigem a compreensão de múltiplas informações e práticas para o autocuidado e melhoria da adesão à terapia dialítica, o que representa um desafio para os profissionais de saúde. As atuais propostas de educação em saúde para essa população ainda não supriram a necessidade de inovações e adequações em relação ao contexto das práticas, aceitabilidade e efetividade delas. Neste contexto, o contato telefônico, no âmbito da telenfermagem, emerge como uma ferramenta amplamente utilizada no monitoramento, avaliação, triagem e cuidados em geral. OBJETIVOS: Construir, validar e aplicar protocolo de educação para o autocuidado de pessoas em hemodiálise via contato telefônico, verificar as dimensões de aderência ao tratamento em hemodiálise, o autocuidado, a autoeficácia e o letramento em saúde dos participantes, bem como analisar a viabilidade da implementação desse protocolo. MÉTODO: Estudo multimétodos desenvolvido em quatro etapas sequenciais: revisão da literatura, construção e validação de protocolo de telecuidado para o autocuidado de pessoas em hemodiálise, coleta de dados com a população-alvo e avaliação da implementação do protocolo. Uma revisão integrativa da literatura sobre estratégias de telessaúde para pessoas com doença renal crônica foi desenvolvida com os descritores Falência Renal Crônica, Diálise, Diálise Peritoneal, Transplante de Rim e Telemedicina e incluiu 48 estudos, publicados entre 2000 e 2021, que foram categorizados por tipo telecuidado aplicado. Dessa revisão, um protocolo de educação em saúde para hemodiálise foi construído e abordou os temas: sessões de hemodiálise, controle de líquidos e peso seco, acesso vascular, nutrição e medicação. Ele foi submetido à validação nas dimensões aparência, compreensão e relevância em duas rodadas, a segunda por cinco juízes especialistas. A avaliação das respostas dos juízes foi realizada pelo Índice de Validade de Conteúdo. A amostra de participantes foi composta por 32 pessoas em hemodiálise, com idade igual ou acima de dezoito anos, com mais de três meses de hemodiálise e cognitivo preservado. Registrou-se dados sociodemográficos, clínicos e laboratoriais verificados em prontuário físico e eletrônico, complementados durante a coleta de dados com a aplicação dos instrumentos por entrevista. Além destes, o nível de aderência ao tratamento foi verificado pelo ganho de peso intradialítico, níveis séricos de potássio e fósforo e pela assiduidade às sessões de hemodiálise. Ainda, foram analisados os escores das escalas de autocuidado, letramento em saúde e autoeficácia, todos avaliados segundo a mediana em adequado e inadequado. Após, o otocolo de telecuidado para o autocuidado foi aplicado via cinco contatos telefônicos em momento distintos. O telecuidado foi considerado aplicado caso 60% dos seus itens tivessem sido abordados durante a interação. Todas as tentativas de contato, percepções sobre facilitadores e dificultadores do processo foram registradas em formato de diário de campo e analisadas quanti e qualitativamente. Esta proposta de pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília, sob parecer n. 6.413.288. RESULTADOS: A revisão de literatura apontou que o ambiente domiciliar e pessoas em tratamento conservador foram os mais prevalentes entre os estudos, enquanto a análise qualitativa identificou seis categorias de estratégias de telessaúde: dispositivos de monitoramento remoto, teleconsulta, plataforma digital, aplicativos, estratégias multimodalidades e contato telefônico. Na validade de conteúdo, o protocolo alcançou Índice de Validade de Conteúdo global de 0,85. A aparência e compreensão registrou Índice de Validade de 0,75 com o domínio Hemodiálise tendo a menor pontuação, 0,67. Os cinco domínios do instrumento apresentaram Índice de Validade de Conteúdo, referente a relevância, superior a 0,9, resultando na média de 0,95. Os participantes tinham idade média de 32 ±12,8 anos, prevaleceu o sexo masculino (53,1%), sem companheiro/a (65,6%), baixa renda e em hemodiálise, em média, 33,5 ±23,9 meses. A aderência ao tratamento foi equivalente entre os grupos aderentes e n”aos aderentes com 50% de prevalência em ambos, sendo o escore de 921,9 ±5,8 nos aderentes e 885,9 ±37,1 nos não aderentes. A média de autocuidado foi de 108,7 ±5,8 naqueles com nível de autocuidado adequado e de 92 ±17,3 no grupo de autocuidado inadequado, quanto à autoeficácia, o grupo com nível adequado ficou com 37,58 ±1,9 de média e o inadequado com 30,38 ±3,4 de média. Quanto ao letramento em saúde, os participantes do grupo inadequado apresentaram 43,38 ±6,0 de escore médio e o grupo dos adequados com 56,81 ±3,9. A correlação entre os níveis de Aderência ao tratamento e Autocuidado com o Letramento em Saúde mostrou-se estatisticamente significativa. A respeito da implementação do protocolo, como desafios encontrados destacaram-se os relacionados ao sinal de telefonia, não atendimento das ligações, horário e duração das ligações. A proposta se mostrou viável e executável com ressalvas quanto ao perfil do público, quanto ao treinamento do profissional executor e quanto ao acesso efetivo de rede de telefonia. CONSIDERAÇÕES FINAIS: o protocolo de telecuidado desenvolvido é uma ferramenta exequível e pode servir de guia estruturado para profissionais de saúde no acompanhamento de pessoas em hemodiálise. Sua implementação, no entanto, é condicionada por dois fatores centrais: disponibilidade de infraestrutura de comunicação e, de forma preponderante, o nível de letramento em saúde do paciente. A capacidade do indivíduo de compreender e processar as informações de saúde é um mediador fundamental para o sucesso da terapia, influenciando diretamente o autocuidado e a adesão. Portanto, a eficácia de intervenções educativas síncronas depende não apenas da tecnologia, mas da adaptação da abordagem a essa competência individual”


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - NARA RÚBIA FREITAS - UFG
Externa à Instituição - CECÍLIA MARIA FARIAS DE QUEIROZ FRAZÃO - UFPE
Interna - 1065067 - KATARINNE LIMA MORAES
Interna - 1886044 - MARCIA CRISTINA DA SILVA MAGRO
Presidente - 1496232 - WALTERLANIA SILVA SANTOS
Notícia cadastrada em: 04/11/2025 14:11
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