ESTUDO DO POTENCIAL DA MOF LUMINESCENTE [Eu2(BDC)3(H2O)2], NA REVELAÇÃO DE IMPRESSÕES DIGITAIS LATENTES E AVALIAÇÃO DA SUA TOXICIDADE ORAL AGUDA
Impressões digitais latentes; identificação; revelador de impressões digitais luminescente; rede metal-orgânica (MOF); depleção seriada dividida; toxicidade aguda oral.
Impressões digitais são evidências forenses de grande importância para as ciências forenses devido a sua capacidade de identificação de pessoas, dentre elas vítimas e suspeitos envolvidos em uma cena de crime. Apesar de amplamente utilizadas, a revelação de impressões digitais latentes ainda é um desafio, devido às inúmeras características que um ambiente pode apresentar, especialmente em superfícies porosas. Nesse sentido, o desenvolvimento de novos materiais capazes de revelar essas digitais em locais, superfícies, e objetos diversos é necessário. Neste trabalho, a MOF luminescente [Eu2(BDC)3(H2O)2], chamada de EuBDC foi testada como um pó luminescente revelador de impressões digitais latentes, e avaliada quanto a sua toxicidade aguda oral em ratos, seguindo o protocolo 423 da OECD. Os resultados obtidos deixam claro que esse material pode ser utilizado para revelar impressões latentes em superfícies porosas e não-porosas, em materiais como couro, plástico, metal, vidro, papelão e alumínio com qualidade suficiente para um confronto papiloscópico positivo. Além disso, a qualidade das imagens obtidas permitiu a utilização de sistema AFIS para identificação, resultando em HIT (confirmação positiva) pelo sistema quanto a um possível suspeito. Essa MOF também demonstrou excelentes resultados quando utilizada como agente de contraste em impressões fixadas com cianoacrilato, em materiais de superfície lisa, especialmente em uma superfície multicolorida, estampada, curva e reflexiva. Entretanto, um revelador de impressões não pode ser tóxico pois os peritos em papiloscopia farão uso rotineiramente desse material. No estudo de estabilidade, a MOF se degradou resultando em perda de luminescência. Portanto, a toxicidade oral aguda da MOF foi avaliada. Os resultados mostraram que essa MOF não apresenta toxicidade aguda para a via oral, e nem para a dose selecionada, sendo a mais alta sugerida pelo protocolo. Também não foram verificadas alterações comportamentais nos animais, nem alterações macroscópicas nos órgãos avaliados, bem como óbitos em nenhum dos animais testados. O fígado dos animais, ao ser avaliado quanto a sua histopatologia também não apresentou sinais condizentes com qualquer tipo de hepatotoxicidade, desta forma, classificando a MOF na categoria 5 da GHS, sendo essa a menos tóxica, com uma DL50 >5000 mg/Kg.