Banca de DEFESA: FELIPE XAVIER DE MELO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : FELIPE XAVIER DE MELO
DATA : 16/12/2022
HORA: 08:30
LOCAL: Plataforma Teams
TÍTULO:

Análise da dinâmica de vias aéreas extratorácicas frente a manobras com assistente da tosse em um modelo analógico de resistor de Starling


PALAVRAS-CHAVES:

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PÁGINAS: 70
RESUMO:

Introdução: As doenças neuromusculares representam um grupo heterogêneo de doenças com fenótipos diversos que compartilham vias fisiopatológicas comuns e que geram diversas manifestações respiratórias, como redução de volumes pulmonares, maior colapso em vias aéreas extratorácicas, comprometimento da capacidade de tossir, redução de clareamento de secreção de vias aéreas e infecções recorrentes. Com vistas a redução de morbimortalidade, o uso de assistentes de tosse é capaz de otimizar o clareamento de secreções e reduzir a incidência de infecções recorrentes nesses pacientes. Recentemente foram descritas manobras otimizadas do assistente que, em ambiente experimental, foram capazes de deslocar mais secreção através de um tubo rígido. No entanto, não foi considerada a influência da complexa dinâmica das vias aéreas extratorácicas na eficácia das manobras. Nos indivíduos acometidos por essas enfermidades, as vias aéreas superiores podem estar patologicamente comprometidas por uma combinação de hipotonia dos músculos dilatadores da faringe com redução de tensão longitudinal dos tecidos resultante da tração caudal exercida pelas estruturas torácicas. Ambas as alterações culminam com redução de diâmetro de via aérea e tendência a colapso, o que limita sobremaneira a aplicação dessa técnica. Objetivos: Analisar a influência da pressão de câmara e da tensão longitudinal (strain) em determinar fluxos e pressões durante manobras de insuflação-exsuflação mecânica, tradicional e otimizada, em um modelo experimental analógico de resistor de Starling. Metodologia: Foi realizado estudo experimental no Laboratório de Fisiologia Respiratória da Universidade de Brasília com um resistor de Starling acoplado a um assistente de tosse e pulmão de teste de complacência fixa. Combinações de pressão de câmara (Pcâmara), 0 cmH2O, -3 cmH2O e -5 cmH2O, e de tensão longitudinal (strain), 0%, 12,5%, 25%, 37,5% e 50%, foram aplicadas a manobras padrão e otimizadas com pressões de +30/-30 e +40/-40 cmH2O configuradas no assistente de tosse. Foram registradas curvas de pressão e fluxo geradas pelas manobras, das quais extraímos os dados de interesse: pico de fluxo inspiratório (PFI), pressão proximal no pico de fluxo inspiratório (Pupstream Insp), pressão de câmara no pico de fluxo inspiratório (Pcâmara Insp), pressão distal no pico de fluxo inspiratório (Pdownstream Insp), pressão proximal com fluxo zero (Pupstream V0); pressão de câmara com fluxo zero (Pcâmara V0); pressão distal com fluxo zero (Pdownstream V0), pico de fluxo expiratório (PFE); pressão proximal no pico de fluxo expiratório (Pupstream Exp); pressão distal no pico de fluxo expiratório (Pdownstream Exp). Posteriormente, foi calculado o bias flow, através da razão PFE/PFI diferença PFE-PFI. Para análise estatística, foi utilizado o Split-plot design para avaliar o efeito da Pcâmara, strain e interação Pcâmara*strain em determinar os fluxos e pressões estudados. Resultados: Durante a insuflação, houve diferença estatística entre os picos de fluxos obtidos e entre as pressões de pico registradas, e essa diferença se deveu na maioria das manobras e combinações à interação entre Pcâmara e strain. Para todas as manobras realizadas, a média dos picos de fluxo foi maior em torno do strain 12,5% e 25% e de Pcâmara entre 0 e -3 cmH2O, representando melhor acoplamento para adequada insuflação com essas combinações. Em fase de fluxo zero, entre inspiração e expiração, a interação entre Pcâmara e strain também foi determinante das pressões de equilíbrio atingidas. No entanto, os valores efetivos atingidos foram próximo das pressões configuradas no assistente de tosse, exercendo pouca influência na patência de via aérea nessa fase. Por fim, em fase exsuflação não houve diferença estatística entre os picos de fluxo obtidos e entre a maioria das pressões de pico registradas. Conclusões: Durante a fase de insuflação, a competência dos mecanismos dilatadores de via aérea é capaz de influenciar significativamente a eficácia do assistente de tosse em promover adequada inspiração. As combinações entre Pcâmara e strain que geram maior PFI estão em concordância com dados da literatura previamente descritos, que encontraram um strain ideal em torno de 25%, onde não houve limitação de fluxo aéreo. Na fase de exsuflação, a ausência de significância estatística frente às manipulações de Pcâmara e strain sugerem que independe do ajuste realizado, o sistema está mais suscetível a limitação de fluxo e colapso frente às altas pressões negativas habitualmente aplicadas pelo assistente da tosse nessa fase. Essa incapacidade dos ajustes compensatórios da via aérea em suportar altas pressões negativas pode representar uma maior limitação da aplicação do assistente de tosse na fase de expiração. Nosso estudo sugere, portanto, a necessidade de se avaliar em estudos posteriores estratégias para otimizar a fase expiratória das manobras do assistente da tosse, como o efeito de menores pressões de exsuflação na limitação de fluxo e colapso de via aérea, e a efetividade de clareamento de secreções.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - BRUNO DO VALLE PINHEIRO - UFJF
Externo à Instituição - DANTE BRASIL SANTOS - HUB
Externo à Instituição - SERGIO LEITE RODRIGUES - HUB
Presidente - 1189371 - VERONICA MOREIRA AMADO
Notícia cadastrada em: 22/11/2022 12:36
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