Banca de DEFESA: DIOGENES DIEGO DE CARVALHO BISPO

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : DIOGENES DIEGO DE CARVALHO BISPO
DATA : 13/12/2023
HORA: 14:30
LOCAL: Plataforma TEAMS
TÍTULO:

AVALIAÇÃO COGNITIVA, OLFATIVA E MICROESTRUTURAL CEREBRAL APÓS COVID-19


PALAVRAS-CHAVES:

COVID-19, Cérebro, Fadiga, Cognição, Olfato, Ressonância Magnética,
Plasticidade Neuronal.


PÁGINAS: 113
RESUMO:

Introdução. Fadiga, queixas cognitivas e disfunção olfativa são os sintomas persistentes mais
frequentes em pacientes após infecção pelo coronavírus da síndrome respiratória aguda
grave 2 (SARS-CoV-2). Este estudo teve como objetivo avaliar a fadiga e o desempenho
neuropsicológico, bem como investigar alterações na espessura e volume da substância
cinzenta e anormalidades microestruturais na substância branca em um grupo de pacientes
com doença do coronavírus 2019 (COVID-19) de leve a moderada gravidade. Além disso,
investigamos alterações no volume do bulbo olfatório e na rede cerebral na substância branca
em pacientes com hiposmia persistente após a COVID-19.
Métodos. Estudamos 56 pacientes com COVID-19 e 37 controles pareados usando
ressonância magnética (RM). A cognição foi avaliada usando Montreal Cognitive Assessment
(MoCA) e Cambridge Neuropsychological Test Automated Battery (CANTAB), e a fadiga foi
avaliada usando a Escala de Fadiga de Chalder (CFQ-11). O teste de identificação de odores
Sniffin' Sticks (SS-16) foi utilizado para avaliar a capacidade dos participantes de identificar
odores. A RM ponderada em T1 foi utilizada para avaliar a espessura e o volume da
substância cinzenta. Os bulbos olfativos foram segmentados manualmente a partir da RM
ponderada em T2. Dados de densidade de fibra aparente específica ao feixe (FD), índice de
água livre e imagens de tensor de difusão foram extraídos usando RM ponderada em difusão
(d-MRI). Estatísticas baseadas em rede (NBS) e análise teórica de grafos foram usadas para
explorar a substância branca. Os dados de d-MRI foram correlacionados com medidas
clínicas e cognitivas usando correlações parciais e modelo linear generalizado.
Resultados. Os pacientes com COVID-19 tiveram uma doença aguda leve a moderada (95%
não hospitalizados). O período médio entre o diagnóstico baseado em reação em cadeia da
polimerase quantitativa da transcrição reversa em tempo real (RT-qPCR) e as avaliações
clínicas/RM foi de 93,3 (±26,4) dias. O grupo COVID-19 apresentou escores totais mais altos
da CFQ-11 em comparação com os controles (p<0,001). Não houve diferenças no
desempenho neuropsicológico entre os grupos. O grupo COVID-19 apresentou menor FD nos
tratos de associação, projeção e comissurais, mas nenhuma alteração na substância cinzenta.
Coroa radiada, trato corticoespinhal, corpo caloso, fascículo arqueado, cíngulo, fórnix,
fascículo fronto-occipital inferior, fascículos longitudinais superior e inferior e fascículo
uncinado estavam envolvidos. O escore CFQ-11, o desempenho no tempo de reação e nos
testes de memória visual se correlacionaram com as mudanças microestruturais em pacientes
com COVID-19.
O grupo de hiposmia persistente por COVID-19 apresentou redução no volume do bulbo
olfatório em comparação com os controles. Na NBS, os pacientes com COVID-19 mostraram
aumento na conectividade estrutural em uma sub-rede composta por regiões cerebrais
parietais. Em relação às propriedades topológicas de rede global, os pacientes apresentaram
menor eficiência global e local e maior assortatividade em comparação com os controles. Em
relação às propriedades topológicas de rede local, os pacientes apresentaram menor
eficiência local (giro orbital lateral esquerdo e globo pálido), aumento no agrupamento (giro
orbital lateral esquerdo), aumento na força nodal (giro orbital anterior direito) e redução na
força nodal (amígdala esquerda). A pontuação no teste SS-16 correlacionou negativamente
com o agrupamento de toda a substância branca no grupo COVID-19.
Conclusões. A d-MRI quantitativa detectou alterações na microestrutura da substância
branca de pacientes em recuperação da COVID-19. Este estudo sugere um possível substrato
cerebral subjacente aos sintomas causados pelo SARS-CoV-2 durante a recuperação de
médio a longo prazo. Pacientes com disfunção olfativa após a COVID-19 apresentaram
alteração relevante na rede da substância branca com aumento da conectividade no córtex
sensorial parietal. A redução da integração e o aumento da segregação são observados
dentro das áreas cerebrais relacionadas ao olfato, o que pode ser devido a mecanismos de
plasticidade compensatória dedicados à recuperação da função olfativa.


MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - BERNARDO CORRÊA DE ALMEIDA TEIXEIRA - UFPR
Interna - 2292514 - IRUENA MORAES KESSLER
Externa ao Programa - 1122557 - MARIA CLOTILDE HENRIQUES TAVARES - nullExterno à Instituição - NASSER ALLAM - NA
Presidente - 1550653 - NEYSA APARECIDA TINOCO REGATTIERI
Notícia cadastrada em: 01/12/2023 15:11
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