Banca de QUALIFICAÇÃO: THAIS FERREIRA COSTA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : THAIS FERREIRA COSTA
DATA : 26/05/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Auditório da Pós-Graduação da Faculdade de Medicina
TÍTULO:

INCIDÊNCIA E FATORES PREDITORES DA SÍNDROME DO ESGOTAMENTO PROFISSIONAL (BURNOUT) EM PROFISSIONAIS DE SAÚDE EM FORMAÇÃO (RESIDENTES) NO ÂMBITO DE UMA CRISE SANITÁRIA GLOBAL E DE ALTA DEMANDA: UM ESTUDO LONGITUDINAL E OBSERVACIONAL

PALAVRAS-CHAVES:

síndrome de burnout; residência médica; profissionais em formação; formação multidisciplinar; COVID-19; saúde mental; profissionais de saúde; crise sanitária.

PÁGINAS: 60
RESUMO:

Introdução: Crises sanitárias de alta demanda, como a pandemia de COVID-19, impõem uma carga elevada aos profissionais de saúde, aumentando o risco de desenvolvimento da síndrome de burnout. Os profissionais em formação na pós-graduação em saúde integram a força de trabalho geral e podem estar expostos a riscos e desafios específicos. Este estudo teve como objetivo avaliar a incidência de burnout e identificar seus fatores preditores entre profissionais da saúde em formação durante uma crise sanitária de alta demanda. Métodos: Foi realizado um estudo observacional longitudinal durante a pandemia com profissionais em formação vinculados a 67 instituições brasileiras de saúde. Os participantes foram avaliados no início do estudo (julho a setembro de 2020) e após um período de seguimento de 18 meses. Indivíduos com diagnóstico de burnout na linha de base foram excluídos. Diversos instrumentos foram aplicados, incluindo o Oldenburg Burnout Inventory (OLBI) e a escala PHQ-9 para avaliação de sintomas depressivos. As associações entre características basais e o desenvolvimento de burnout foram analisadas por meio dos testes do qui-quadrado, t de Student e regressão log-binomial. O estudo foi aprovado por comitê de ética (CAAE: 33493920.0.0000.5558). Resultados: Um total de 313 participantes foi incluído; idade média (desvio padrão): 28,2 (4,6) anos; 80,1% (n=250) do sexo feminino biológico; 58,5% (n=183) autodeclarados brancos; 51,1% (n=160) médicos; 12,5% (n=39) enfermeiros; 36,4% (n=114) de outras categorias profissionais em formação; 47,9% (n=150) apresentavam sintomas depressivos na linha de base. A taxa de incidência de burnout [IC 95%] foi de 202,9 [166,5; 239,3] casos por 1.000 pessoas-ano. Nas análises bivariadas, o humor depressivo na linha de base foi preditor de burnout futuro (risco relativo [IC 95%] = 2,14 [1,49; 3,08]; p<0,001), enquanto idade mais avançada (diferença média, DM [IC 95%] = 1,10 [0,16; 2,09] anos; p=0,029), maior autonomia (DM [IC 95%] = 0,57 [0,10; 1,04] em escala visual numérica de 10 pontos; p=0,018) e formação profissional adequada (DM [IC 95%] = 0,85 [0,30; 1,40] em escala visual numérica; p=0,003) mostraram efeito protetor. Sexo, raça e carga horária semanal não se mostraram preditores de burnout. Nas análises multivariadas, os sintomas depressivos na linha de base mantiveram associação independente com maior risco de burnout (razão de risco, RR [IC 95%] = 1,84 [1,26; 2,71]; p=0,002), enquanto a formação profissional adequada apresentou efeito protetor (RR [IC 95%] = 0,61 [0,43; 0,87]; p=0,007). Conclusões: Observou-se uma incidência muito elevada de burnout entre profissionais da saúde em formação durante uma crise sanitária global. O humor depressivo na linha de base foi o preditor mais relevante para o desenvolvimento posterior de burnout. A oferta de suporte em saúde mental a profissionais da saúde em formação durante futuras crises sanitárias de grande escala mostra-se recomendável para a preservação da força de trabalho.

MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - CLARISSA DE CASTRO FERREIRA - ESCS
Externa ao Programa - ***.639.169-** - LIA ZANOTTA MACHADO - USP
Presidente - ***.774.921-** - LICIA MARIA HENRIQUE DA MOTA - UnB
Externo ao Programa - 2364975 - RAPHAEL BOECHAT BARROS - null