PREVALÊNCIA DE DISTÚRBIO VOCAL EM CANTORES: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Cantores; Distúrbios da Voz; Prevalências; Revisão sistemática
OBJETIVO: Verificar a prevalência de distúrbios vocais em cantores adultos entre 18 a 60 anos. MÉTODOS: Trata-se de uma revisão sistemática que boscou responder a pergunta: "Qual é a prevalência de distúrbio vocal em cantores adultos no mundo?". Foram incluídos estudos observacionais com cantores adultos, que analisaram prevalência de distúrbio vocal por queixa vocal, julgamento perceptivo-auditivo (JPA), autopercepção, análise acústica e/ou exame laríngeo. Foram excluídos estudos com não cantores, crianças e idosos, apenas disfônicos ou saudáveis, sem dados de prevalência ou desfechos específicos, e duplicados. O protocolo foi registrado sob doi:10.17605/OSF.IO/VYZ4R. A busca foi realizada em 15 de março de 2025 nas bases eletrônicas Scopus, PubMed/MEDLINE, Embase, Web of Science, LILACS e Cochrane, literatura cinzenta (Google Scholar, ProQuest, Medrxiv), consulta aos experts e mapeamento de referências e citações. Foram extraídos dados sobre publicação, amostra e desfechos. A qualidade metodológica foi avaliada pela checklist JBI, e a certeza da evidência pelo método GRADE. Os dados foram analisados descritivamente e por metanálise de prevalência com efeitos randômicos, e apresentados em gráficos e tabelas. RESULTADOS: Foram selecionados quatro estudos publicados entre 2020 e 2025, mais frequentemente realizados nos EUA e publicados na The Laryngoscope. A amostra total foi composta por 394 cantores, homens e mulheres cisgênero, com predomínio de adultos jovens. A qualidade metodológica dos estudos foi adequada em 75% dos estudos. Houve prevalência de 16% (IC95%: 1%–74%; I²=96%) para queixa vocal, 24% para lesão laríngea (IC95%: 16%–35%; I²=66,2%) e 21,9% para desfechos combinados (IC95%: 7,9%–47,6%; I²=93,8%). A heterongeneidade variou de moderada a alta. A força da recomendação foi considerada muito baixa para queixa vocal e desfechos combinados, e baixa para lesão laríngea. Não foi possível realizar metanálise com JPA e autopercepção, e nenhum estudo mensurou análise acústica. CONCLUSÃO: A prevalência de distúrbios vocais em cantores foi de 16% a 24%, com estimativa agrupada de 21,9%.