O uso da ultrassonografia na avaliação da função pulmonar em indivíduos com esclerose lateral amiotrófica: um estudo transversal
Vocal fold dynamics, Cough efficacy, Respiratory muscle strength,Diaphragm thickness, Bulbar dysfunction.
Introdução: As doenças neuromusculares, particularmente a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), frequentemente resultam em comprometimento respiratório significativo. Este estudo investigou a aplicabilidade da ultrassonografia na avaliação da função pulmonar em pacientes com doenças neuromusculares, buscando correlacionar achados ultrassonográficos com parâmetros convencionais de função respiratória. Material e Método: Realizou-se um estudo transversal com 19 pacientes diagnosticados com doenças neuromusculares. Foram realizadas avaliações ultrassonográficas das pregas vocais e do diafragma, além de medidas convencionais de função pulmonar, incluindo capacidade vital lenta (CVL), pico de fluxo de tosse (PFT), pressões respiratórias máximas (PImax e PEmax) e pressão inspiratória nasal (PINAS). Resultados e Discussão: Observaram-se correlações significativas entre a avaliação ultrassonográfica das pregas vocais e medidas de função respiratória. Alterações nas pregas vocais associaram-se a reduções no PFT e PEmax, indicando a importância da integridade laríngea na eficácia da tosse. A espessura diafragmática correlacionou-se positivamente com PImax e CVL, sugerindo seu potencial como marcador não invasivo da força muscular respiratória. A relação entre CVL e PFT foi particularmente forte, reafirmando o valor prognóstico da CVL na avaliação da eficácia da tosse. Notavelmente, PINAS demonstrou correlação superior com PFT em comparação com PImax, indicando seu potencial como indicador mais sensível da função respiratória, especialmente em casos avançados. Conclusão: Este estudo estabelece a ultrassonografia como uma ferramenta promissora na avaliação não invasiva da função respiratória em pacientes com doenças neuromusculares. As fortes correlações entre parâmetros ultrassonográficos e medidas convencionais de função pulmonar sugerem sua aplicabilidade no monitoramento da progressão da doença e na orientação de intervenções terapêuticas. A integração da ultrassonografia na prática clínica pode potencialmente melhorar a detecção precoce do declínio respiratório e otimizar estratégias de tratamento personalizadas, abrindo novos caminhos para o manejo respiratório nesta população vulnerável.