UM ESTUDO PROSPECTIVO DA CADEIA PRODUTIVA DO MILHO NO BRASIL
Cadeia Produtiva do Milho, Sustentabilidade, Estudo Prospectivo, Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Em decorrência da preocupação dos consumidores por produtos sustentáveis e socialmente corretos, a Cadeia Produtiva brasileira do Milho passa por uma fase de transição. Neste sentido, este trabalho se propôs a identificar iniciativas no âmbito da Academia e contextualizá-los com a realidade brasileira e assim identificar ações que acelerem a transição. Sob o prisma dos Estudos Prospectivos, foi feita uma Revisão Sistemática da Literatura envolvendo 66 artigos, aplicou-se um questionário a 72 produtores rurais e 23 entrevistas com especialistas da cadeia. Os estudos indicaram as seguintes práticas: biotecnologia, redução de fertilizantes nitrogenados, rotação de culturas, redução de perdas e desperdícios, agricultura digital, redução das emissões de CO² e produção de bioenergia, biogás, biocombustível e bioplástico. Os questionários englobaram 206 mil hectares espalhados por 15 Estados brasileiros e sinalizou que os produtores rurais já fazem rotação de 13 culturas, praticam o plantio direto, segunda safra, usam biológicos, o plantio de cobertura e a integração lavoura pecuária. Visando uma contextualização no cenário internacional, comparou-se com os preceitos dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e também com o Pacto Ecológico Europeu. As conclusões principais a partir da avaliação da literatura selecionada e dos depoimentos nas entrevistas e questionários levaram à conclusão que o Brasil está relativamente bem-posicionado no que concerne às práticas agrícolas sustentáveis, na adoção de tecnologia, no modelo energético e legislação ambiental. A adoção da Integração Lavoura Pecuária e Floresta (ILPF), a implantação do Código Florestal (embora ainda com pendências), o Plano de Agricultura de Baixo Carbono (ABC) e a Matriz Energética renovável e a adoção de práticas sustentáveis justificam esta conclusão. Ainda é preciso avançar na rastreabilidade, combate ao desmatamento ilegal, estímulo à Industria Ecológica e ao processamento sustentável, controle da contaminação dos lençóis freáticos e o estímulo ao consumo sustentável e redução de perdas e desperdícios.