PPGAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ANTROPOLOGIA INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS Teléfono/Ramal: No informado https://www.unb.br/pos-graduacao

Banca de DEFESA: Ana Paula Pimentel Jacob

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Ana Paula Pimentel Jacob
DATA : 06/06/2024
HORA: 08:30
LOCAL: Multiusos A e ZOOM
TÍTULO:

O “hype da Cloroquina” uma antropologia da produção científica dos medicamentos do Kit-covid a partir do Sudeste brasileiro


PALAVRAS-CHAVES:

experimentação farmacêutica; covid-19; pandemia; medicamentos; KitCovid; tratamento precoce.


PÁGINAS: 244
RESUMO:

A pandemia de covid-19 teve inúmeros desdobramentos no contexto brasileiro. Marcadamente desigual, neste país continental viveu-se de diversas maneiras e junto a isso algumas saídas rápidas apareceram, principalmente em discursos de figuras públicas como o ex-Presidente da República e outros profissionais de saúde. Hidroxicloroquina, Ivermectina, Nitazoxamida ou Annita, todos medicamentos compreendidos dentro do Kit-covid, foram algumas das apostas imediatas em resposta ao contexto de crise sanitária global. Desde então, uma série de debates sobre as formas de tratamento e o lidar com uma pandemia foram divulgados pelos jornais, configurando, ainda, um cenário de infodemia. Este foi caracterizado pela profusão de mensagens, descobertas científicas acompanhadas em tempo real e achados novos sobre um adoecimento desconhecido. Instigada por esses acontecimentos, iniciei uma investigação via jornais e notícias com o objetivo de compreender melhor sobre as saídas mágicas representadas por caixas de remédios, tendo como base Toniol (2020), e as suas consequências no contexto brasileiro. Este trabalho foi dividido em duas etapas: uma documental, que consiste na análise de notícias e outra saída de campo, que consiste em entrevistas realizadas com cientistas. A partir da leitura e da sistematização das notícias de três veículos de comunicação: CNN Brasil, Folha de São Paulo e Jornal Matinal, compreendo que há certa apropriação de narrativas dentro das ciências e sua divulgação nesses meios. Além disso, os acompanhamentos dos achados científicos suscitaram em momentos distintos mais ou menos credibilidade aos tratamentos novos da covid-19. Em um primeiro momento, em março de 2020, a Hidroxicloroquina se revelou um potencial para os cuidados da doença, mas a partir de junho do mesmo ano, a suspeita não se confirmou e se tornou “comprovadamente ineficaz”. Nesse sentido, o campo científico poderia responder sobre as produções e as reproduções dessas afirmativas. Curiosa com esta possibilidade de refletir sobre o fabrico científico dos medicamentos do Kit-covid, adentro o espaço dos cientistas que pesquisaram as substâncias. Ao todo, realizei 28 entrevistas com 26 pesquisadores diferentes entre setembro de 2022 e fevereiro de 2023, em sua maioria localizados no Sudeste do país, devido ao grande registro de pesquisas via Plataforma Brasil de experimentos coordenados por cientistas dessa região. Os pesquisadores refletiram sobre as brechas na regulamentação de experimentos com medicamentos já comercializados, a relação entre ciências e política e a conduta de alguns profissionais de saúde em suas clínicas. Há um conjunto de fatores que fazem com que um medicamento seja propagandeado e, com isso, existe um risco para a saúde pública, que de forma precoce foi envolvida em uma sequência de prescrições médicas de substâncias ainda em experimentação científica


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - JAQUELINE TERESINHA FERREIRA - UFRJ
Externa à Instituição - ANA CLÁUDIA RODRIGUES DA SILVA - UFPE
Interno - 1531121 - GUILHERME JOSE DA SILVA E SA
Interna - 1535008 - SILVIA MARIA FERREIRA GUIMARAES
Presidente - 1652778 - SORAYA RESENDE FLEISCHER
Notícia cadastrada em: 13/05/2024 08:53
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