Nu bem djobi vida li: mobilidades, pertencimentos e tensões da antinegritude na vida de mulheres da África continental residentes na capital cabo-verdiana
Mobilidades;Cabo Verde;Mulheres;Antinegritude;África Ocidental
Partindo de um prisma interseccional e tendo a propostaetnográfica como mote, opresentetrabalho tem por objetivocompreenderos processos de mobilidades, construções depertencimento e osimpactos da antinegritudenocotidianomulheres oriundas da ÁfricaOcidental continentalresidentesna capital cabo-verdiana.Ao eleger os conflitos construídos apartir da gramática racial em um país negro-africano, buscolançar luzsobreos fluxos queessasmulherestecem,as diferenças experimentadas por elas face aos homens de mesma origem,assuas (re)configurações familiares e como elas elaboram novas redes de proteção e sociabilidade–que são cruciais para as suas sobrevivências–, assim como elas viabilizam a manutenção dasantigas em meio às mobilidades que elas tecem, para além dos tropos.Para bem compreenderessefenômeno,alicerço minha investigação em três eixos: os processos de chegada e osdesafios cotidianos e legais que elas encontram para permanecer no país; a produção de afetosao permanecer, refletindo sobre família, associativismo e relações conjugais; e, por último,tensiono os discursos nacionais dobem acolherao trazer a produção da linha de cor e de novasgramáticas da diferença como canais para segregar essas mulheres. Desta forma, ao focarnaquelas que estão “à margem” da sociedade cabo-verdiana, esse trabalho visa observar apersistência e atualização da armadura colonial em sua estruturação