Luta e Cerco no Tapajós: Anotações em tempo de guerra.
Tapajós; Mineração; Luta; Extrema Direita; Munduruku;
O cenário pandêmico que nos assolou a partir de 2020 desdobrou-se, na bacia do Tapajós, em uma investida inédita do extrativismo mineral predatório, com graves consequências para o povo Munduruku em geral, e particularmente para as lideranças com quem trabalhei ao longo de quase 8 anos. Em uma palavra: garimpo. Isto é, devastação de florestas e corpos d’água, milícias dentro de aldeias, ameaças de morte a lideranças e – infelizmente – muito mais. Essa contextualização é relevante para justificar por que, diante dos acontecimentos, dediquei uma porção do meu tempo a apoiar os Munduruku por meio da intervenção no debate público. Além da inserção em imprensa e mídiasdigitais, me voltei à produção técnica a respeito degarimpo, entre 2020 e 2023.Esta tese procura lançar um olhar etnográfico sobre o material técnico que produzi, e sobre o que acompanhei dos Munduruku em meio à investida do extrativismo mineral predatório – que, embora não figure precisamente dessa maneira na literatura, é um aspecto preponderante do projeto político da extrema direita,que ameaça as pessoas e as terras, a vida, munduruku.