Caminhos fúngicos: etnografia de um projeto de inovação com cogumelos.
cogumelos, associações, empreendedorismo, fungos, construção sociotécnica.
O presente trabalho etnográfico se dedica e acompanhar uma empresa de cogumelos brasileira
estabelecida em Portugal, durante grande parte do período de sua existência. Mesmo com uma
história conturbada, a Shimejito nunca desistiu de trabalhar com cogumelos, o que contribuiu
para que eles se tornassem o fio condutor da minha narrativa. Em torno deles, uma série de
discursos, práticas e relações foram construídas, envolvendo vários elementos heterogêneos. Para
entender como eles se juntam, tento fazer uma “antropologia das associações”, onde os fungos
são, em grande medida, os meus guias em meio ao labirinto traçado pela empresa. Neste sentido,
sigo estes seres até o final do trabalho, para ver onde eles me levam e, portanto, levam a
Shimejito também. Fungos tornaram-se um tema recorrente em antropologia, devido,
principalmente, ao trabalho de Anna Tsing, o que não gerou, no entanto, uma grande busca por
este objeto de estudo. Meu objetivo, neste sentido, é tentar prolongar um pouco mais a relevância
dos fungos para a antropologia, mostrando-os em outros discuros, práticas e associações.