ATERRANDO com AGROECOLOGIA: vida e técnica, do solo ao agroecossitema.
ATERRANDO com AGROECOLOGIA: vida e técnica, do solo ao agroecossitema.
Nesta dissertação, me ancoro em teorias antropológicas a fim de compreender um saber-
fazer agroecológico a partir de grandes formuladores da Agroecologia abordando,
principalmente, como o tema da vida emerge nesse regime de práticas e conhecimento. O
estudo se baseia em uma investigação bibliográfica focada nas formulações de Ana Maria
Primavesi e Miguel Altieri, dois grandes agroecólogos notados no contexto brasileiro.
Analiso as formas de engajamento, as práticas e concepções propostas pelos
agroecólogos, bem como sistemas filosóficos que podem estar associados. Centralizo nas
concepções de “solo” e de “agroecossistema”, visto que estas emergem como o centro
irradiante dos processos vitais e técnicos envolvidos no fazer agroecológico presentes nas
formulações dos agroecólogos. A partir destas, disserto a respeito das noções de vida e
ideias correlatas de saúde e doença, bem como mundo “natural” e “natureza”. Inspirada
em uma “antropologia da vida” articulada a uma “antropologia da ação técnica”, descrevo
uma configuração agentiva formada por teorias da vida, agentes e processos vitais.
Observo de que maneira essa configuração reverbera nos modos de ação propostos pelos
agroecológos. Por fim, proponho um mergulho no fazer agroecológico em ato, verificando
de que maneira aqueles que se inspiram na Agroecologia tem experimentado em suas
vidas, solos e agroecossistemas as recomendações agroecológicas formando cultivos
biodiversos em suas parcelas de terra. Argumento que a Agroecologia pode ser
compreendida como uma maneira específica de viver junto, em que as práticas sintetizam
um tipo de coordenação e sintonia com diversas forças agentivas.