Raiva transmitida por canídeos silvestres: situação epidemiológica e conhecimento popular no Nordeste do Brasil
raiva de canídeos silvestres, CAP, saúde pública, epidemiologia
O objetivo deste trabalho foi descrever a situação epidemiológica da raiva causada por exposição a canídeos silvestres no Nordeste do Brasil, como também, avaliar os conhecimentos, atitudes e práticas da população, em relação ao risco de exposição à doença por essa espécie. O capítulo 1 apresenta a situação epidemiológica da raiva na região Nordeste, discutindo os dados oficiais dos últimos 20 anos. Foi realizado um estudo descritivo dos casos de raiva em canídeos silvestres, assim como dos casos de raiva em cães, gatos e humanos associados a mesma variante viral, adaptada de Canídeos Silvestres (Cerdocyon thous). No capítulo 2, descreve-se os resultados e conclusões alcançados por um estudo qualiquantitativo, abordando conhecimentos atitudes e práticas da população de áreas de transmissão de raiva por canídeos silvestres no estado do Ceará, no nordeste do Brasil. O capítulo 3, apresenta o boletim informativo já publicado pelo Ministério da Saúde, com informação dirigidas aos profissionais de saúde e à população em geral sobre a raiva transmitida por canídeos silvestres, onde discutisse os reservatórios, a situação epidemiológica e os casos de raiva em animais e humanos entre 2016 e 2021, bem como, o conhecimento popular avaliado pelo serviço de saúde em áreas de foco nos estados do Rio Grande do Norte e Bahia. Esta tese descreveu as principais características da raiva em canídeos silvestres no Nordeste do Brasil e ressaltou a importância da vigilância epidemiológica dada a extensão da área de ocorrência e o contingente populacional exposto à doença. Destaca-se o aumento do número de casos ao longo dos últimos anos e a diversidade de hospedeiros afetados, incluindo o registro de casos humanos. Perfilhar os conhecimentos, atitudes e práticas da população exposta pode auxiliar o direcionamento das políticas públicas em saúde, educação sanitária e comunicação de risco, de forma alinhada com o perfil populacional local.