CARACTERIZAÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS COM EQUÍDEOS E SOROPREVALÊNCIA DA ANEMIA INFECCIOSA EQUINA NO DISTRITO FEDERAL
equideocultura, epidemiologia da anemia infecciosa equina, fatores de risco
No Brasil, a anemia infecciosa equina - AIE é uma doença de notificação obrigatória para o serviço veterinário oficial – SVO desde 1981. Devido à obrigatoriedade da apresentação de exame negativo para AIE para o trânsito dos equídeos, a maior parte dos casos suspeitos notificados se reportam a animais reagentes à testagem sorológica. Como principais medidas de controle e erradicação da doença utiliza-se a segregação e o sacrifício sanitário dos animais soropositivos. Diversos estudos demonstraram que a amplitude da prevalência da doença no Brasil é grande, e em muitos casos não é possível a definição de fatores de risco devido à baixa positividade da AIE. Este estudo buscou descrever as características dos estabelecimentos com equídeos e a soroprevalência da AIE no Distrito Federal -DF. O delineamento amostral visou estimar a prevalência da AIE nas diferentes tipologias de exploração cadastradas no SVO-DF e identificar possíveis fatores de risco. Foram amostrados 52 haras, 51 alojamentos, 157 propriedades rurais comuns, 8 hípicas, 3 hospitais veterinários e 2 unidades militares, totalizando 273 estabelecimentos. Nestes foram testados 2.482 equídeos, sendo 10 asininos, 95 muares e 2.377. Para a caracterização dos estabelecimentos foi aplicado questionário epidemiológico abrangendo aspectos ambientais, organizacionais e sanitários. Foi possível concluir que as propriedades rurais e os alojamentos, devido às suas características organizacionais e sanitárias, possuem potencial para atuar como reservatório e disseminador da AIE, respectivamente. Somente essas duas tipologias apresentaram animais reagentes para a doença (8/2.482) e a prevalência entre elas não demonstrou diferença significativa. A prevalência estimada nos animais foi de 0,65% (IC 95% |0,37-1,05%|) e nos rebanhos de 2,5% (IC 95% |0,99-5,1% |). Os equídeos que não realizaram exame para a AIE no último ano tiveram maior prevalência do que os animais testados e a prevalência em muares foi maior do que em equinos.