Banca de QUALIFICAÇÃO: Tatiane Fernandes Portal de Lima

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Tatiane Fernandes Portal de Lima
DATA : 17/01/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Plataforma Teams
TÍTULO:

DUAS DÉCADAS DE DENGUE NO BRASIL (2001 a 2024): PADRÃO ESPACIAL, TENDÊNCIA TEMPORAL E CUSTO DO PROGRAMA MUNICIPAL DE VIGILÂNCIA, PREVENÇÃO E CONTROLE DO AEDES AEGYPTI


PALAVRAS-CHAVES:

Dengue, Arboviroses, Análise de Séries Temporais Interrompida, Análise Espacial, Aedes aegypti, Controle, Prevenção, Vigilância, Registros de Mortalidade, Incidência, Custos de Programa.


PÁGINAS: 215
RESUMO:

Introdução: As arboviroses transmitidas pelo Aedes aegypti representam um grave problema de saúde pública mundial. Em 2024, as Américas relataram cerca de 12,8 milhões de casos de dengue, dos quais mais de 10 milhões foram registrados no Brasil. Embora haja esforços crescentes para manter a infestação em níveis baixos, essas ações geram custos econômicos significativos. No país, as estimativas de custos conhecidas restringem-se a programas municipais do Sudeste e Centro-Oeste realizados entre 2005 e 2010. Objetivos: (a) Analisar a tendência temporal das taxas de incidência e de letalidade da dengue, bem como de seus sorotipos, em diferentes macrorregiões do Brasil entre 2001-2024, considerando efeitos antes e após a publicação das Diretrizes Nacionais para prevenção e controle de Epidemias da Dengue; (b) identificar padrões espaciais de incidência da dengue em municípios brasileiros nos quinquênios 2001-2005, 2011-2015 e 2020-2024; e (c) estimar os custos do Programa Municipal de Vigilância, Prevenção e Controle (VPC) do Aedes aegypti em municípios de diferentes regiões de Pernambuco, em 2023. Métodos: Utilizou-se regressão de Prais-Winsten e calculou-se a variação percentual anual (VPA). Os dados foram extraídos do Sistema de Informação de agravos de Notificação e do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Foram calculadas taxas médias anuais de incidência da dengue (TMAID) por quinquênio, aplicando-se o indicador local de autocorrelação espacial para identificar agrupamentos significantes (p<0,05). Foi desenvolvido um questionário no RedCap para mapeamento das estratégias de estratégias de VPC do Aedes aegypti no Brasil, aplicado em amostra aleatória estratificada por porte populacional de 411 municípios de todas as Unidades Federativas. A análise de custos de programa, realizada na perspectiva do Sistema Único de Saúde, envolveu macro e microcusteio, visitas in loco e construção de matrizes de custo em quatro municípios de Pernambuco (Jaboatão dos Guararapes, Serra Talhada, Caruaru e Petrolina), considerando o ano de 2023. Resultados: A tendência da taxa de incidência de dengue no Brasil foi estacionária entre 2001-2009. Entre 2010-2024 foi possível detectar efeitos imediatos e graduais nas taxas de incidência apenas para a macrorregião Centro-Oeste, a qual foi crescente após 2010. A taxa de letalidade da dengue apresentou tendência crescente entre 2001-2009 e reduções graduais entre 2010-2022 de -30,0% no Norte (IC95% -36,8;-22,5), -27,9% no Nordeste (IC95% -33,3;-22,2), -20,1% no Sudeste (IC95% -30,0;- 8,8) e -17,8% no Centro-Oeste (IC95% -22,5;-12,7). Para o Sul, a taxa de letalidade da dengue manteve-se estacionária entre 2001-2009 e não detectável entre 2010-2022. A TMAID aumentou ao longo dos quinquênios, passando de 127,86 casos/100 mil habitantes entre 2001 e 2005, para 404,54 entre 2011 e 2015, e chegando a 1.279,60 entre 2021 e 2024. Observou-se dependência espacial crescente: o Índice de Moran Global univariado aumentou de 0,367 (2001-2005) para 0,458 (2011-2015), enquanto o quinquênio 2020-2024 apresentou índice de 0,172, destacando-se o ano de 2020, início da pandemia de Covid-19, com 0,586. O número de municípios em clusters Alto-Alto aumentou de 440 (7,89%) em 2001-2005 para 729 (13,08%) em 2020-2024. Verificou-se, ainda, a expansão da dengue, inclusive na macrorregião Sul. Conclusões: O crescimento da taxa média anual de incidência (TMAID), o aumento no número de municípios em clusters Alto-Alto e a expansão geográfica da doença, inclusive na macrorregião Sul, reforçam a necessidade de abordagens estratégicas e integradas. Tais achados fornecem subsídios para o aperfeiçoamento de políticas públicas e otimização de recursos no controle do Aedes aegypti.




MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1773755 - WALTER MASSA RAMALHO
Interno - 1974062 - MARCOS TAKASHI OBARA
Interno - 1961891 - WILDO NAVEGANTES DE ARAUJO
Externo à Instituição - GUILHERME LOUREIRO WERNECK
Externo à Instituição - Carlos Frederico Campelo de Albuquerque e Melo
Notícia cadastrada em: 06/05/2025 12:57
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