Banca de DEFESA: JULIANA DE SOUZA LAPA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : JULIANA DE SOUZA LAPA
DATA : 07/07/2025
HORA: 08:30
LOCAL: Auditório do Núcleo de Medicina Tropical
TÍTULO:

Análise das condições pós-COVID e qualidade de vida em pacientes após a internação em hospital de referência de nível terciário do Distrito Federal em 2020


PALAVRAS-CHAVES:

Condições: Condições Pós-COVID, Long COVID, Síndrome Pós-COVID, Qualidade de Vida, Short-Form-36


PÁGINAS: 137
RESUMO:

A pandemia de COVID-19 impactou significativamente a qualidade de vida dos pacientes acometidos pela doença. Além da perda de funcionalidade decorrente da infecção aguda, as Condições Pós-COVID (CPC) agravaram esse cenário. CPC são sinais, sintomas e/ou condições que continuam ou se desenvolvem quatro semanas ou mais após o COVID-19 e não podem ser justificadas por um diagnóstico alternativo. Esta tese avaliou a prevalência de CPC, seus principais sintomas, fatores associados e a relação com a qualidade de vida. Foi realizada uma coorte concorrente com pacientes internados no Hospital Regional da Asa Norte (Brasília, DF), entre agosto e novembro de 2020. Os participantes foram entrevistados por telefone aos 3 e 6 meses após a alta hospitalar, com aplicação de questionários sobre sintomas de CPC e do Short-Form Health Survey 36(SF-36). A CPC foi definida pela presença de pelo menos 1 dos 17 sintomas interrogados na entrevista. O SF-36 é um questionário de qualidade vida dividida em 8 domínios, que podem ser sumarizados Componentes de Saúde Física (CSF) e Mental (CSM).  O questionário é convertido em uma escala de 0 a 100, onde 0 representa o pior estado de saúde e 100 o melhor. Utilizou-se regressão de Poisson com variância robusta para estimar razões de prevalência (RP) das CPC e seu fatores associados, regressão linear para analisar as pontuações dos CSF e CSM do SF-36 e seus respectivos Intervalos de Confiança de 95%.A prevalência de CPC foi de 81% aos 3 meses e 61% aos 6 meses. Os principais sintomas em 3 meses foram queda de cabelo (44%), fadiga (42%) e perda de memória (39%); em 6 meses, perda de memória (29%) e fadiga (27%). Sexo feminino foi o principal fator associado à CPC: RP 1,28 (IC95%: 1,16–1,41) aos 3 meses e RP: 1,60 (IC95%: 1,34–1,90) aos 6. Hipercolesterolemia foi associada à CPC aos 3 meses (RP: 1,15; IC95%: 1,04–1,27); aos 6, obesidade (RP: 1,22; IC95%: 1,03–1,45) e pronação (RP: 1,12; IC95%: 1,06–1,25).Na comparação dos dados da coorte com a parametrização do Brasil os escores do CSF e do CSM, assim como todas as dimensões do SF-36 (exceto Saúde Mental e Aspectos Sociais), estavam significativamente reduzidos aos 3 meses. Aos 6 meses, persistiram reduções nas dimensões Limitações por Aspectos Físicos, Dor, Limitações por Aspectos Emocionais, Estado Geral de Saúde e no CSF. Em ambos os períodos, todos os domínios do SF-36 foram significativamente menores entre os pacientes com CPC em comparação àqueles sem CPC. Menores escores nos componentes do SF-36 estiveram associados a diversos fatores. No CSF, os preditores negativosaos 3 meses foram: sexo feminino (β: -3,0; IC95%: -4,7 a -1,3), número de comorbidades (β: -1,1; IC95%: -1,6 a -0,6) e número de sintomas de CPC (β: -1,1; IC95%: -1,4 a -0,9); aos 6 meses: sexo feminino (β: -2,5; IC95%: -4,2 a -0,8), número de sintomas de CPC (β: -2,1; IC95%: -2,3 a -1,8), número de comorbidades (β: -1,1; IC95%: -1,6 a -0,6) e idade (β: -0,1; IC95%: -0,1 a -0,0). No CSM, os fatores associados a menores escores foram: aos 3 meses: sexo feminino (β: -3,1; IC95%: -5,8 a -0,4) e número de sintomas de CPC (β: -1,6; IC95%: -2,0 a -1,2); aos 6 meses: sexo feminino (β: -4,2; IC95%: -6,7 a -1,8), número de sintomas de CPC (β: -2,7; IC95%: -3,2 a -2,3) e número de comorbidades (β: -0,7; IC95%: -1,4 a -0,0). Por outro lado, maiores escores nos componentes foram associados a maior renda familiar: no CSF: 3 meses (β: 0,4; IC95%: 0,1 a 0,6) e 6 meses (β: 0,2; IC95%: 0,02 a 0,4); no CSM: 3 meses (β: 0,6; IC95%: 0,3 a 1,0) e 6 meses (β: 0,5; IC95%: 0,2 a 0,8). Conclui-se que a prevalência de sintomas persistentes de COVID-19 (CPC) foi elevada, especialmente entre as mulheres, e esteve relacionada à piora significativa na qualidade de vida tanto no componente físico quanto no componente mental. O sexo feminino e o número de sintomas de CPC foram os principais fatores associados à queda de qualidade de vida.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2279074 - GUSTAVO ADOLFO SIERRA ROMERO
Interna - 484663 - ELISABETH CARMEN DUARTE
Interna - 1255703 - LUCIA ROLIM SANTANA DE FREITAS
Externo à Instituição - GUILHERME LOUREIRO WERNECK - UERJ
Externo à Instituição - TAZIO VANNI - IGESDF
Notícia cadastrada em: 13/06/2025 15:16
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