A imagem da mulher cubana nas personagens Criollitas. Uma aproximação à análise semiótica
mulher; representação; tiras cômicas; semiótica; Revolução Cubana
A Revolução Cubana de 1959 desencadeou um processo de transformação sem precedentes na história anterior da nação. A Revolução visava alcançar a igualdade de gênero, possibilitando assim a participação das mulheres na vida social, econômica e política do país. Em 1962, as tiras Criollitas surgiram para apoiar esse processo emancipatório. O objetivo geral desta pesquisa é analisar a coerência das mensagens ideológicas presentes em Criollitas a respeito da igualdade das mulheres cubanas. A metodologia envolveu uma revisão bibliográfica e uma análise semiótica das tiras Criollitas, adotando o método de Martine Joly (2023). Uma perspectiva interseccional foi utilizada para questionar as representações de mulheres negras e mestiças como afetadas por opressões baseadas em classe, gênero, raça, etnia, orientação sexual e localização geográfica, entre outras. Este estudo visa contribuir para os estudos decoloniais sobre a representação da mulher e como as imagens contribuem para a formação de valores e crenças na sociedade, perpetuando a discriminação e a exclusão entre esse grupo social, especificamente em um contexto social cubano que entendia que, com a implementação de um sistema social que eliminasse a opressão de classe, a discriminação racial e de gênero seria automaticamente eliminada. Como resultado preliminar, constatamos que Criollitas, uma publicação supostamente voltada para a libertação das mulheres, apresenta uma linguagem que sexualiza seus corpos como um mecanismo de subordinação e dominação das mulheres.